Timor-Leste: Governo quer missão sucessora da ONU com “amplos poderes políticos”

Da Redação
Com Lusa

O governo timorense defende que a futura missão da ONU no país deve ter “amplos poderes políticos” e ter uma liderança de alto nível, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Zacarias Costa, à Agência Lusa.

Após um debate no Conselho de Segurança sobre o futuro da presença da Organização das Nações Unidas (ONU) em Timor-Leste, Zacarias Costa afirmou que vai agora tentar um consenso com a oposição timorense sobre a matéria, deixando uma decisão final em cima da mesa para o Executivo que sair das eleições de 2012.

“Não creio que teremos problemas em solicitar uma presença forte, uma delegação com amplos poderes políticos, com capacidade para mobilizar e sobretudo apoiar na mentorização, acompanhamento dos futuros líderes políticos de Timor-Leste”, disse o ministro timorense à Agência Lusa.

Em vez de diferentes agências da ONU, o governo defende uma missão integrada e “liderada por um funcionário bastante superior, talvez do nível de assistente de secretário-geral” das Nações Unidas.

“Estivemos a discutir com a ONU estas ideias. Serão objeto de ampla consulta com a oposição, mas será matéria para o governo que sair das próximas eleições”, frisou.

Mais do que uma “decisão”, Zacarias Costa quer apresentar “recomendações”, com o maior consenso possível, para o próximo titular da pasta.

O Plano Conjunto de Transição define quatro modelos possíveis para depois das eleições de 2012, com o sugerido pelo governo timorense a apontar para uma missão política à medida das necessidades específicas do país.

Os restantes modelos são um escritório político chefiado pelo representante do secretário-geral, com uma equipa separada da ONU chefiada por um coordenador residente; um gabinete integrado da ONU chefiado por um representante executivo do secretário-geral, que também seria coordenador residente; e um gabinete residente de coordenação das atividades da organização.

O assunto foi discutido entre o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon e o primeiro-ministro timorense aquando da mais recente visita deste a Nova Iorque.

“Farei consultas quando regressar a Timor. A partir de janeiro, procuraremos obter um máximo de consenso possível para podermos preparar com as Nações Unidas”, adiantou Costa à Agência Lusa.

No Conselho de Segurança, o ministro timorense afirmou que, depois das eleições, terá início a fase de “retirada gradual da ONU e de integração gradual na ASEAN”, a comunidade regional asiática.

A missão atual da ONU no país (UNMIT) já passou para o governo timorense a responsabilidade de patrulhamento do território, e a missão sucessora deverá ter apenas uma componente de aconselhamento ao nível da segurança.

No plano militar, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Timor-Leste está a privilegiar acordos de Defesa com países vizinhos, estando os relativos à Indonésia e Nova Zelândia já rubricados.

Em fase de conclusão, adiantou, estão acordos semelhantes com a Austrália e os Estados Unidos.

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