Temporão prestigia posse do presidente de Moçambique e reafirma cooperação em saúde

Cerimônia acontece em Maputo, capital moçambicana, sob a expectativa de início do funcionamento de fábrica de medicamentos doada pelo Brasil.

Da Redação

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governo brasileiro na posse do presidente de Moçambique, Armando Emílio Guebuza, em 14 de janeiro, em Maputo, capital moçambicana. Em novembro de 2009, Guebuza foi reeleito presidente com mais de 75% dos votos.

Moçambique é um importante pólo na agenda brasileira de cooperação internacional em saúde. O país receberá do Brasil um fábrica de medicamentos contra a aids, além de já abrigar o escritório da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para atuação no continente africano.

A Lei que autoriza a doação de R$ 13,6 milhões para a primeira fase de instalação da fábrica de antirretrovirais foi publicada em 15 de dezembro do ano passado no Diário Oficial da União. Os recursos serão aplicados no desenvolvimento do projeto da unidade, na compra de equipamentos e na capacitação de profissionais de saúde no país africano.

“É uma doação importante dada a triste realidade da aids em Moçambique. O mais importante é que se trata de uma cooperação também com os demais países da África, já que os medicamentos produzidos nessa unidade estarão à disposição da população africana”, disse o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, antes do embarque para Maputo.

Atualmente, 16% da população de Moçambique é infectada pelo HIV, parcela que chega a 25% em algumas regiões. Cerca de 1,6 milhão de moçambicanos são soropositivos e mais de 670 mil crianças moçambicanas estão órfãs porque perderam seus pais na luta contra a AIDS.

A partir do projeto de construção da fábrica, elaborado pela Fiocruz, o governo de Moçambique se responsabiliza pela realização das obras. Por meio da Fiocruz, o Ministério da Saúde disponibilizará os equipamentos. A previsão é de que ao final de 2010 a fábrica já esteja em funcionamento.

Na fase inicial, o país africano vai embalar os medicamentos enviados pelo Brasil. Com a gradual transferência de tecnologia brasileira, os moçambicanos vão desenvolver os antirretrovirais na unidade. Para o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o acordo entre os dois governos certamente contribuirá com a melhoria da qualidade de vida dos moçambicanos.

Ajuda humanitária O Brasil tem apoiado países em momentos de crise, por exemplo, por meio de cooperação técnica e ajuda humanitária. “O fato de termos o Sistema Único de Saúde, com uma série de experiências de êxito, faz com que os países busquem no Brasil o equacionamento de problemas de saúde”, afirmou Temporão.

Além da fábrica de medicamentos, o Acordo Geral de Cooperação Fiocruz-África traz outras iniciativas também na área da saúde. Em outubro de 2008, a Fiocruz inaugurou o Escritório Técnico de Moçambique, um braço de cooperação internacional entre o Brasil e países de língua portuguesa na área de saúde pública. O pólo fica em Maputo.

Em maio deste ano, onze moçambicanos foram formados pelo Programa de Mestrado em Ciências da Saúde, promovido pela Fiocruz em parceria com o Ministério da Saúde de Moçambique. Eles receberam o diploma de capacitação profissional (equivalente à especialização).

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