Tempestades causaram mortes no centro e sul de Moçambique

Mulheres desalojadas pela cheia na sequência da tempestade "Dando", que assola o sul de Moçambique, junto às tendas do centro de acomodação na zona 3 de Fevereiro, na província de Maputo, em Moçambique, 26 de janeiro de 2012. Foto: ANTONIO SILVA / LUSA

Mundo Lusíada
Com Lusa

O número de vítimas das tempestades “Dando”, que assola o sul, e “Funso”, que atinge o centro de Moçambique, subiu para 25, segundo as autoridades moçambicanas.
A diretora do Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE), do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), Dulce Chilundo, confirmou a morte de 16 pessoas na província da Zambézia, no centro do país, e nove em Gaza, no sul de Moçambique.
Segundo Dulce Chilundo, quando a tempestade passou deixou rastos e população desabrigada, dizendo ainda que a situação das cheias no país é crítica. “Temos 12 mil pessoas que necessitam de ajuda”, disse Dulce Chilundo, apontando pelo menos 2500 de famílias a necessitar de alimentos urgentemente. A responsável sublinhou que 750 mil casas foram destruídas e outras cinco mil parcialmente destruídas, em consequência das tempestades.
Além de causar mortes, as duas tempestades tropicais que estão a assolar as zonas centro e sul de Moçambique destruíram diversas infraestruturas, nomeadamente uma estrada, que ditou a interrupção, durante quatro dias, da via que liga o sul, centro e norte do país.
Uma cratera com cerca de 50 metros abriu-se num dos troços mais movimentados da Estrada Nacional número 1 (EN1), na região de 3 de fevereiro, na província de Maputo, impedindo a circulação de pessoas e bens por via terrestre entre o sul e o resto do país.
Contudo, a ligação rodoviária entre o sul e norte de Moçambique foi já restabelecida, após ter sido interrompida no sábado devido à subida do nível das águas no rio Incomáti, mas novo corte da via em Gaza poderá estar iminente.

Mudança de curso
O ciclone tropical “Funso” alterou a rota e move-se agora em direção ao Canal de Moçambique, depois de devastar o centro de Moçambique e ameaçar o sul do país, referiu o Departamento dos Serviços Meteorológicos do Zimbabué.
O Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique (INAM) previa que o “Funso”, de categoria 4 e com ventos de 74 quilómetros por hora, provocasse chuvas fortes.
O Departamento dos Serviços Meteorológicos do Zimbabué, que partilha uma vasta linha de fronteira com Moçambique, refere que o “Funso” voltou para o Canal de Moçambique, reduzindo o risco de chuvas fortes.
O final e o início de ano em Moçambique, como em toda a África Austral, são marcados pela ocorrência de calamidades naturais, nomeadamente chuvas e ciclones, que provocam ciclicamente milhares de desalojados e avultados danos materiais.

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