Rede de Dados sobre Migração na África ajuda a contar a história dos países

Da Redação
Com Lusa

A primeira Rede de Dados sobre Migração na África foi lançada dia 28 durante uma cerimônia online, a partir da Etiópia, em que os participantes destacaram a importância desta informação para o verdadeiro conhecimento da história dos países.

“É um instrumento fundamental para um melhor conhecimento do fenômeno da migração”, afirmou o diretor-adjunto do Centro de Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Federico Bonaglia.

Para o responsável, um dos participantes nesta sessão online de lançamento da Rede, as estatísticas são importantes, mas é preciso ir mais além, nomeadamente avaliar o impacto da migração no desenvolvimento das economias dos países.

E sublinhou a importância de se conhecer melhor o fenômeno da migração entre os países africanos.

O Relatório sobre Estatísticas Laborais de Migração na África, divulgado no ano passado pela União Africana (UA), a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), refere que o número de recém-chegados de um país africano diferente quase que duplicou de 13,3 milhões, em 2008, para 25,4 milhões de migrantes em 2017.

A Rede de Dados sobre Migração em África deverá proporcionar uma leitura mais real do fenômeno da migração em África, envolvendo várias vertentes: imigração, emigração, ilegais ou não, tráfico, entre outras, como explicou Leila Ben Ali, chefe da Divisão de Estatística da Comissão da União Africana.

Leila Ben Ali recordou que os migrantes são os mais atingidos por fenômenos como a atual pandemia de covid-19, que agravou as situações já precárias dos migrantes africanos.

Por seu lado, Jean-Christophe Dumont, chefe da Divisão de Migrações Internacionais da OCDE, referiu-se à migração para e de África como “muito dinâmica”, que não se deve limitar ao continente, uma vez que envolve muitos países de outros continentes.

Segundo Jean-Christophe Dumont, os principais países destino dos emigrantes africanos é a França, Estados Unidos e Espanha.

Nesta conferência virtual, Diego Iturralde, diretor do departamento de estatísticas demográficas e populacionais do Instituto de Estatística da África do Sul, frisou que não se consegue conhecer a história do movimento dos países sem dados sobre as suas migrações.

“Precisamos de ter uma imagem real dos movimentos nos países, continentes”, até para garantir que “ninguém fica para trás”.

Apesar dos progressos feitos nas estatísticas de migração em África nas últimas décadas, existem lacunas persistentes na quantidade e qualidade dos dados recolhidos pelos atores nacionais e regionais, reconhecem os promotores desta rede – a UA, a OIM, o Instituto Nacional de Estatística da Suécia (Statistics Sweden) e OCDE.

A Rede incluirá pontos focais de migração nos serviços de estatística nacionais, nos ministérios mais relevantes em matéria de migração em cada país em África, bem como representantes das Comunidades Econômicas Regionais.

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