Quase 30% das remessas dos emigrantes cabo-verdianos em 2019 são de Portugal

Da Redação
Com Lusa

Os emigrantes cabo-verdianos enviaram um novo recorde de remessas para o país em 2019, acima de 180 milhões de euros, quase 30% desde Portugal.

De acordo com dados compilados pela Lusa com base num relatório do Banco de Cabo Verde, os emigrantes cabo-verdianos em Portugal enviaram 5.679 milhões de escudos (51,5 milhões de euros) em remessas em 2019, um crescimento de 6,7% face ao ano anterior.

Em todo o ano de 2019, globalmente, as remessas dos emigrantes cabo-verdianos cresceram 8,1%, para num novo máximo, de 19.900 milhões de escudos (180,2 milhões de euros), de acordo com dados do mesmo relatório.

A França, com 4.831 milhões de escudos (47,3 milhões de euros), e os Estados Unidos da América, com 4.496 milhões de escudos (40,7 milhões de euros), são outros dos principais países de origem das remessas dos emigrantes cabo-verdianos.

Estima-se que mais de 100 mil cabo-verdianos residam atualmente em Portugal, a segunda maior comunidade na diáspora, logo depois dos 250 mil emigrantes de Cabo Verde nos Estados Unidos.

Em todo o ano de 2018, as remessas cabo-verdianas ultrapassaram os 19.195 milhões de escudos (173,3 milhões de escudos), uma subida de 6% face a 2017, com Portugal a liderar, com 5.675 milhões de escudos (51,2 milhões de euros).

Cabo Verde conta com cerca de 500 mil habitantes no arquipélago e mais de um milhão na Europa e Estados Unidos da América, estando o sistema financeiro dependente das remessas desses emigrantes.

No entanto, em entrevista à Lusa em 2019, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, afirmou que o tempo é de avançar, também, para as “remessas do conhecimento”.

O governante explicou que já foi criado um grupo de trabalho, entre o Governo e elementos da diáspora, para tentar reforçar a colaboração dos quadros cabo-verdianos no estrangeiro para com o país.

“Para que médicos especialistas [cabo-verdianos] possam fazer intervenções aqui em Cabo Verde, possam interagir com os médicos cabo-verdianos”, disse Correia e Silva, acrescentando que essa interação pode ser alargada a outras atividades, como o ensino superior.

“É a transformação que queremos fazer. Não só as remessas em divisas, como as remessas em conhecimentos”, enfatizou.

Já em 2019 foi aprovado o novo estatuto do investidor-emigrante, prevendo incentivos e benefícios fiscais, para atrair o investimento da diáspora para os setores produtivos de Cabo Verde.

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