Presidente de Moçambique pede aos muçulmanos para se distanciarem dos grupos armados

Da Redação
Com Lusa

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu aos muçulmanos para se “afastarem” dos grupos armados que têm protagonizado ataques em regiões da província de Cabo Delgado, norte do país.

“Todos nós unidos, numa só voz, usemos a nossa voz para condenar veemente esses atos [ataques armados] e pedir Allah que devolva a paz aos nossos compatriotas de Cabo Delgado o mais urgente possível”, disse Filipe Nyusi.

Filipe Nyusi falava hoje na cidade da Beira, centro de Moçambique, numa cerimônia que marcava o fim do Ramadão.

O Presidente acrescenta que os “irmãos” do Norte, nos distritos de Cabo Delgado, “hoje vivem momentos de terror de uma extrema violência”.

“São assassinados e suas habitações e bens destruídos por homens que não querem mostrar o seu rosto, fazendo de alguma forma e através de seus pronunciamentos um esforço para nos confundir com os homens que defendem o Islão”, afirmou.

Parta o chefe de Estado moçambicano, o país não tem histórico de conflito de natureza religiosa, por isso é não se pode impor a ideia de que os autores dos ataques sejam muçulmanos.

“Cada dia que apanhamos um a um [membro dos grupos armados], nunca se revela como muçulmano”, disse Nyusi, acrescentando que “continuar a matar gente em pleno período de Ramadão, o é inadmissível pois o Islão significa paz nas suas palavras e atos”.

O Ramadão é o nono mês do calendário islâmico e quarto dos cinco pilares do Islão, sendo que, durante o período dedicado à reflexão os muçulmanos devem jejuar desde o nascer até ao por do sol.

Este ano, o Ramadão iniciou-se a 05 de maio e decorreu até 04 de junho.

O grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI) afirmou esta terça-feira em comunicado ter causado esta segunda-feira mortos e feridos entre militares moçambicanos, ao deter um ataque do Exército, na região de Cabo Delgado, norte do país.

A Polícia da República de Moçambique (PRM), por sua vez, negou hoje a ocorrência do ataque reivindicado por aquele grupo, o primeiro do gênero no país.

De acordo com números oficiais, pelo menos 140 pessoas, entre residentes, supostos agressores e elementos das forças de segurança, morreram em Cabo Delgado desde que a onda de violência começou em outubro de 2017.

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