Presidente da Guiné-Bissau em visita a Cabo Verde na primeira quinzena de julho

Da Redação com Lusa

O Presidente da República da Guiné-Bissau, Sissoco Embaló, visita Cabo Verde na primeira quinzena de julho, anunciou o chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca.

Numa mensagem divulgada na sua conta oficial na rede social Facebook, o Presidente de Cabo Verde refere que realizou na segunda-feira uma “reunião de trabalho de preparação” daquela visita do homólogo guineense, a acontecer “na primeira quinzena de julho”.

Esta deslocação, que acontece após a visita de Jorge Carlos Fonseca à Guiné-Bissau em janeiro último, a primeira de um chefe de Estado cabo-verdiano e num momento de forte reforço das relações entre os dois países, acontece antes da cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em 16 e 17 de julho, em Luanda.

A Visita antecede também a realização de eleições presidenciais em Cabo Verde em 17 de outubro, às quais já não concorre o atual Presidente, que cumpre o segundo e último mandato.

No início deste mês, o embaixador da Guiné-Bissau em Cabo Verde pediu o apoio do Presidente cabo-verdiano ao processo de integração dos trabalhadores guineenses no país e revelou que a visita do Presidente Sissoco Embaló ao arquipélago já estava a ser preparada.

Em declarações aos jornalistas após ter sido recebido em audiência, na Praia, pelo Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, o embaixador M’Bala Fernandes revelou ter transmitido uma mensagem do Presidente guineense, abordando as recentes eleições legislativas em Cabo Verde e a “concertação política” no plano internacional assumida entre os dois países, além da preparação da visita.

“Estamos a tentar ver o que é possível, face às agendas dos dois Presidentes”, disse o embaixador, sem concretizar datas para a visita de Umaro Sissoco Embaló a Cabo Verde, mas prometendo que será uma realidade.

A Embaixada da Guiné-Bissau em Cabo Verde estimou este ano que perto de 10.000 guineenses vivem e trabalham em Cabo Verde, mais de metade em situação irregular ou sem documentos, apesar das tentativas para legalização, em 2011 (só para guineenses) e 2015 (geral).

“Temos que ver o que é que falhou antes de avançar para uma próxima legalização, caso o Governo entenda que deve ser feito”, admitiu o embaixador, após a reunião desta terça-feira.

Contudo, reconheceu que o Governo guineense tem de trabalhar para emitir os passaportes destes imigrantes a tempo, contando ainda com a disponibilidade dos guineenses o processo de legalização.

“Espero que possamos ultrapassar várias questões para podermos ter uma integração inclusiva e programada das nossas comunidades aqui. Embora, continuo a dizer, não têm documentação, mas sentem-se socialmente integrados em Cabo Verde, não temos os problemas que as outras comunidades têm, nem de criminalidade nem de outras variáveis que possam estar a levar-nos à exclusão”, afirmou.

M’Bala Fernandes, que está em fim de missão em Cabo Verde, acrescentou que aproveitou a reunião com o chefe de Estado para “falar da preocupação” da comunidade guineense e das perspetivas criadas pelo novo ministério da Inclusão Social cabo-verdiano, no Governo que iniciou funções após as eleições legislativas de 18 de abril, pedindo que seja mantida a atenção à “inclusão de todos” os trabalhadores imigrantes no arquipélago.

“Pedimos ao senhor Presidente da República que continue a fazer a sua magistratura de influência junto do Governo, que tem feito um trabalho, neste momento de pandemia, não excluindo os guineenses”, disse ainda.

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