Presidência de Portugal no Conselho Segurança afirma língua portuguesa na ONU

Da Redação
Com Lusa

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas (E), cumprimenta o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon (D), durante um encontro nas Nações Unidas, em Nova Iorque, EUA, 22 de novembro. Foto: EVAN SCHNEIDER / UN PHOTO / LUSA

A presidência portuguesa do Conselho de Segurança das Nações Unidas está sendo “importante para fazer o caminho do Português como língua de trabalho” na organização global, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros. Paulo Portas afirmou à Agência Lusa que “o caminho faz-se andando”, a propósito da apresentação de um pedido efetivo de reconhecimento do Português como língua oficial das Nações Unidas.
“Raras vezes no sistema das Nações Unidas se falou tanto em Português e no Português como neste mês de presidência portuguesa do Conselho de Segurança, em que coincidimos, Portugal e Brasil, como membros não permanentes”, adiantou o chefe da diplomacia portuguesa.
O ministro falou depois de uma reunião, presidida por Portugal, sobre o futuro da missão da ONU em Timor-Leste e de um almoço com os representantes permanentes dos países de língua portuguesa em Nova Iorque, em que foi discutida a promoção da Língua Portuguesa na ONU e o reforço da cooperação entre os países lusófonos na organização, nomeadamente candidaturas às diferentes agências e organismos.
Portugal é candidato à eleição para o Conselho de Direitos Humanos 2015-2017, que decorre dentro de pouco mais de dois anos.
Nesta reunião do Conselho de Segurança, apontou Portas, falaram em Português o ministro dos Negócios Estrangeiros, a vice-ministra brasileira das Relações Exteriores e o representante permanente de Angola, em nome da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Portas sublinha ainda a dimensão e dispersão dos falantes de português, bem como as perspetivas do seu crescimento, sobretudo na América Latina e África. “O Português pode ganhar a competição das línguas na globalização e foi muito importante para fazer o caminho do Português como língua de trabalho, esta evidência no sistema Nações Unidas de que os países que falam Português são significativos, importantes, têm uma mais valia, uma palavra a acrescentar”, adiantou.
No último debate geral da Assembleia-Geral das Nações Unidas, no final de setembro, quase todos os representantes dos países lusófonos dirigiram-se ao plenário em Português, sendo a exceção Cabo Verde, que usou o crioulo.
Sobre o debate de Timor-Leste, o ministro português salienta o balanço positivo feito pela representante especial do secretário-geral, Ameerah Haq, numa altura em que o país se prepara para as eleições de 2012 e para o fim da missão da ONU.
“Ser ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, presidir ao Conselho de Segurança na sessão de hoje e ouvir estas referências sobre Timor só pode ser um motivo de confiança no futuro dos timorenses e no trabalho da ONU”, afirmou.
Portas adiantou que “para o ano há eleições muito importantes e há um clima de relativa concertação entre as forças políticas. Há motivos para ter esperança. A ONU não vai desaparecer de Timor-Leste, mas vai transformar a sua presença de acordo com os interesses do governo timorense e das suas prioridades”.
O ministro dos negócios Estrangeiros concluiu dia 23 a deslocação a Nova Iorque para participar em eventos da presidência portuguesa no Conselho de Segurança, presidindo a um debate sobre “Novos Desafios à Segurança”, como alterações climáticas, pandemias, crime organizado e outras realidades.

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