Presença de Portugal na África: Ilha de Moçambique é caso emblemático

Da Redação

Pedro Sá da Bandeira – 26.03.08/LusaPortugal

PARAÍSO >> O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e a mulher, Maria Cavaco Silva, vestida com trajes locais, durante a visita que hoje efetuou à Ilha de Moçambique, no âmbito da visita oficial que está a realizar a Moçambique, Março de 2008.

A Ilha de Moçambique, com a Fortaleza de São Sebastião, é um dos exemplos mais emblemáticos da presença histórica de Portugal no mundo e um dos que mais atenção tem merecido por parte de Lisboa.

Na sua visita oficial a Moçambique, em março passado, o presidente português Cavaco Silva dedicou um dia inteiro (dos três dias que esteve no país) à ilha, que é Patrimônio da Humanidade da UNESCO desde 1991.

A Ilha de Moçambique terá também lugar de destaque no programa de inventariação, conservação e reabilitação da presença portuguesa no mundo que o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Luís Amado, anunciou em Omã, no âmbito de uma digressão por países do Golfo Pérsico.

Em avançada degradação, a Fortaleza de São Sebastião, construída em 1507 num dos extremos da antiga capital insular de Moçambique para dar proteção às naus em trânsito para o Oriente, vai receber obras orçadas em 1,6 milhões de dólares.

O financiamento é assegurado pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), que contribui com 500 mil euros, e pela cooperação japonesa, que comparticipa o restante – o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) entra essencialmente com apoio técnico.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que coordena a reabilitação do patrimônio da ilha, conta dar início em 2009 a uma segunda fase do programa de reabilitação, com incidência na fortaleza e a utilização a dar aos edifícios depois de recuperados.

Paralelamente, Portugal elegeu como um dos eixos fundamentais da sua cooperação com Moçambique para o triênio 2007-2009 a criação da "Vila do Milênio" do Lumbo, situada no continente.

Em Cabo Verde, onde não houve guerra pela independência, os vestígios da presença portuguesa são visíveis na Cidade Velha e no centro da Cidade da Praia, ambas na ilha de Santiago, mas também espalhados por todas as ilhas, em edifícios autárquicos ou igrejas.

A Cidade Velha, a primeira construída pelos europeus nos trópicos, então denominada Ribeira Grande, tem ainda os restos da catedral, em fase de reabilitação pelo arquiteto Siza Vieira, ou o pelourinho, erguido em 1520 e onde eram açoitados os escravos.

Ainda na Cidade Velha fica a igreja de Nossa Senhora do Rosário, patrimônio histórico reabilitado, que teria sido construída por volta de 1495 e onde o padre António Vieira, de passagem pela ilhas, terá pregado.

As igrejas mais antigas de Cabo Verde conservam a marca portuguesa, o que também acontece com os edifícios de algumas câmaras municipais ou parte da arquitetura urbana das ilhas.

O "Plateau", o centro histórico da Cidade da Praia, é um exemplo da presença portuguesa e inclui o palácio presidencial, câmara, a igreja matriz, as estátuas e os bustos erigidos em honra de grandes nomes lusos. Calçada portuguesa e ruas que homenageiam nomes como Andrade Corvo, Serpa Pinto, Pedro Alvares Cabral ou Luís de Camões.

Quanto a Angola, o Adido Cultural da Embaixada de Portugal, João Pignatelli, destacou, numa opinião pessoal, um conjunto de fortalezas e muralhas construídas pelos portugueses, algumas igrejas ou ainda as construções do período modernista da arquitetura portuguesa.

Algumas destas construções, como a Fortaleza de São Miguel, em Luanda, têm grande visibilidade na área urbana da capital, de onde se abarca com a vista toda a baixa da cidade e a baía, constituindo um importante legado da presença portuguesa em Angola.

Na Guiné-Bissau e segundo o assessor principal da Ministra da Cultura da Guiné-Bissau, José de Cunha, a presença portuguesa é visível em todo o território, com destaque para a ilha de Bolama, Cacheu e Bissau.

Em Cacheu, no norte da Guiné-Bissau, existem ainda vestígios dos séculos XVI e XVII deixados pelos portugueses, enquanto Bolama, antiga capital da Guiné-Bissau, é uma cidade tipicamente colonial, com construções do século XIX e início do século XX, muitas em avançado estado de degradação.

Em Bissau, o principal vestígio da presença portuguesa é fortaleza de São Jorge da Amura, construída no século XVI, a par de edifícios como o antigo Palácio do Governador, o Ministério da Justiça e a Catedral. Com Lusa Portugal

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