Portugal respeita a posição de Angola sobre o conflito na Ucrânia

Da Redação com Lusa

O novo embaixador português em Angola, que nesta quarta-feira entregou cartas credenciais no Palácio Presidencial em Luanda, afirmou que Portugal respeita a posição assumida por Angola face ao conflito na Ucrânia, apesar do posicionamento diferente dos dois países.

Francisco Alegre Duarte disse aos jornalistas que o conflito Rússia/Ucrânia não foi abordado no breve encontro que manteve com João Lourenço e sublinhou que Portugal respeita a posição de Angola sobre a questão.

“Não falamos sobre isto, temos posições diferentes, é verdade. Portugal condenou veementemente a agressão da Rússia, a invasão da Ucrânia, país com o qual estamos solidários e assim atuamos no quadro da União Europeia, no quadro da NATO, no quadro das Nações Unidas”, destacou o diplomata recém-chegado a Luanda e que hoje assumiu em pleno as suas funções.

“Estamos muito preocupados com as consequências humanitárias, até com os possíveis crimes de guerra que possam estar a ser cometidos, apoiamos os esforços do secretário-geral das Nações Unidas e todo o envolvimento das Nações Unidas no sentido de criar corredores humanitários para aliviar o sofrimento das populações, mas temos posições diferentes e respeitamos a posição de Angola”, acrescentou.

Angola foi um dos 35 países que se abstiveram do voto na resolução da ONU que condenou a invasão russa na Ucrânia e que contou com o apoio de 141 dos 193 Estados-membros das Nações Unidas, entre os quais Portugal.

Cinco novos embaixadores foram acreditados hoje em Angola. Além do de Portugal, entregaram as cartas credenciais os embaixadores de Espanha, Países Baixos, Israel e Reino Unido, sendo esperados na parte da tarde os novos representantes dos Estados Unidos da América, Palestina, Bulgária, Maláui e Bangladesh.

O embaixador de Espanha, Manuel Lobo, disse aos jornalistas que os dois países partilham “afinidades” e “línguas irmãs”, mostrando-se confiante no “futuro promissor” da relação com Angola, país com peso crescente na África subsaariana e na política externa.

Manuel Lobo expressou também as preocupações do seu governo e dos outros países europeus quanto aos acontecimentos na Ucrânia, destacando também que respeita a visão do governo de Angola sobre o assunto.

Também o embaixador dos Países Baixos, Tsjeard Hoestra, se manifestou satisfeito com a nova missão em Angola “apesar dos tempos difíceis que a Europa e o mundo inteiro estão a atravessar”.

O diplomata holandês salientou que a sua prioridade passa pelo reforço das relações econômicas, anunciando que, ainda este mês, um consórcio de empresas holandesas vai assinar com o governo angolano um acordo para criar um centro logístico e cadeia de frio para a exportação de fruta angolana.

Roger Stringer, novo embaixador do Reino Unido, abordou também algumas prioridades do seu país, com destaque para as parcerias econômicas, o ambiente, educação, empoderamento da mulher e apoio à democracia e liberdade.

Em visita a Lisboa, o ministro brasileiro Carlos França declarou que a posição do país é pela paz mundial.

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