Portugal no 40º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU

Brasil melhora e fica em 73º lugar em Índice de Desenvolvimento Humano da ONU.

Mundo LusíadaCom Portugal Digital

Portugal subiu uma posição, para o 40º lugar, no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2010 do relatório das Nações Unidas que avalia o bem-estar das populações de 169 países.

Em 2009, o país tinha um índice de 0.791, segundo o novo cálculo do organismo. Em 2010, o valor sobe para 0.795, o que coloca Portugal no 40º lugar da lista dos 42 países mais desenvolvidos – só a Polônia e Barbados estão pior avaliados neste grupo. Num ano, o país subiu um posto.

O PNUD passou a utilizar novos indicadores para avaliar a progressão dos países nas mais diferentes áreas, como na economia, educação e saúde. O relatório, com periodicidade anual, os países são divididos em quatro grupos em termos de desenvolvimento humano, designadamente, muito elevado, elevado, médio e baixo.

De acordo com o levantamento da ONU, o país com maior IDH é a Noruega, que está no topo da lista. Portugal está no primeiro grupo (IDH muito elevado), integrado por 42 países. Neste grupo, abaixo de Portugal só estão a Polônia e Barbados. A Espanha ocupa neste grupo o 20º lugar.

O IDH tem por critérios-base, para perceber o bem-estar de uma população, a expectativa de vida ao nascer, riqueza e educação.

A esperança de vida em Portugal, ao nascer, é de 79,1 anos, menos dois do que os espanhóis e menos três que os japoneses, que têm uma esperança de vida de 83,2 anos. A média mundial é de 69,3 anos.

Já a média de escolaridade em Portugal é de oito anos, face a dez anos na Espanha ou a 12,6 anos na Noruega. No conjunto da União Europeia (27 países), Portugal ainda é o país com a mais baixa média de anos de escolaridade.

Quanto ao Rendimento Nacional Bruto per capita em Portugal é de 15.7347 euros (22.105 dólares), o que corresponde a metade do rendimento per capita na Noruega, que é de 58.810 dólares.

No fim da tabela elaborada pelo PNUD está o Zimbabwe, com um coeficiente de 0.140 pontos. O país africano apresenta hoje piores indicadores do que os registrados em 1970. O colapso econômico e o HIV (sida/aids) são os principais fatores.

O relatório aponta que “cerca de 1,7 bilhão de pessoas de 104 países pesquisados – um terço da sua população – sofrem de pobreza multidimensional”, ou seja, vivem sob privações graves na saúde, na educação ou no padrão de vida.

Brasil: 73º

O relatório da ONU coloca o Brasil na 73ª posição no ranking de Desenvolvimento Humano. O Brasil obteve, segundo a nova metodologia do IDH, índice de 0,699, registrando importantes avanços, ainda que a desigualdade social afete parte desses ganhos.

Parece pequeno, mas é significativo o crescimento do país, na opinião de Flávio Comin, economista do Pnud (braço da ONU para o desenvolvimento). “Até 2009, era como se subíssemos a montanha (do desenvolvimento humano) fazendo mais esforços, mas andando menos”, disse Comin à BBC Brasil. “Neste ano, com a melhora de indicadores sociais e mudanças de variáveis no estudo do IDH, o Brasil cresceu 0,8%, o que é excepcional entre as nações do mundo.”

O país também apresenta avanços constantes em expectativa de vida e renda nacional bruta, diz o estudo. Ainda assim, o Brasil segue atrás no ranking de países como Cazaquistão, Kuwait e Bósnia e de vizinhos da América Latina, como Chile, México, Peru e Argentina.

E, pela primeira vez, os organizadores do relatório mediram o impacto da desigualdade social e concluíram que, em média, os IDHs seriam 21,7% menores se consideradas as disparidades entre classes. No caso do Brasil, o IDH ajustado à desigualdade cairia dos 0,699 para 0,509.

América Latina e Caribe ainda têm a desigualdade de rendimentos mais elevada do mundo, principalmente em Argentina, Venezuela e Haiti, ainda que esta esteja em queda no Brasil e no Chile.

“O fosso do IDH entre países em desenvolvimento e desenvolvidos diminuiu em cerca de um quinto entre 1990 e 2010”, informa o relatório. “Em geral, as pessoas têm atualmente mais saúde, maior riqueza e melhor educação do que antes”, apontou Helen Clark, administradora do Pnud.

O relatório da ONU fez menção especial aos países “animadores do IDH”, ou seja, cujo progresso social e econômico puxou o índice para cima. Entre os animadores estão desde países que experimentaram “milagres de crescimento”, como China, Indonésia e Coreia do Sul, até casos “admiráveis”, como Nepal, Omã, Tunísia e Marrocos. Segundo Comin, esses países evoluíram porque investiram pesadamente em saúde e educação e devem servir de exemplo.

Em 2010, a lista das dez nações menos desenvolvidas entre as 169 avaliadas é completada pela República Democrática do Congo, o Níger, Burundi, Moçambique, Guiné-Bissau, Chade, Libéria, Burkina Faso e o Mali.

Angola está na 146ª posição, São Tomé e Príncipe no 127.º posto, Timor-Leste em 120.º, Cabo Verde em 118.º e o Brasil no 73.º lugar.

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