Portugal, Indonésia e Timor-Leste em uma cooperação trilateral

Ministros dos Negócios Estrangeiros, da Indonésia, Marty Natalegawa, de Portugal, Rui Machete.
Ministros dos Negócios Estrangeiros, da Indonésia, Marty Natalegawa, de Portugal, Rui Machete.

Mundo Lusíada
Com Lusa

Portugal, Indonésia e Timor-Leste podem estabelecer uma cooperação trilateral, na área da educação e das energias renováveis, defendeu o ministro dos Negócios Estrangeiros indonésio, em visita a Lisboa.

“A cooperação [entre Portugal e Indonésia] não deve ser só bilateral, mas pode ser, em especial, trilateral, envolvendo o grande vizinho da Indonésia, Timor-Leste, nesta equação”, declarou o ministro Marty Natalegawa, que falava numa conferência de imprensa após um encontro com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete.

No encontro, os dois governantes discutiram a possibilidade da cooperação entre os três países ocorrer “no campo da educação e até na área das energias renováveis, quando isso for possível, econômica e financeiramente”, avançou Natalegawa. Foram apontadas áreas como as tecnologias da informação, os produtos alimentares, os têxteis, o calçado, o imobiliário, o turismo e maquinaria de tecnologia média e mais desenvolvida.

Também Rui Machete disse ser “particularmente importante” esta relação envolvendo os três países. Na reunião com o seu homólogo indonésio, foi abordado “o interesse comum a Portugal e à Indonésia no desenvolvimento e estabilidade de Timor-Leste”.

Rui Machete lembrou que a próxima cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) decorrerá este ano pela primeira vez na Ásia – na capital de Timor-Leste, Díli – numa altura em que Portugal está a apostar na “intensificação do relacionamento com os parceiros” da Ásia-Pacífico.

“Portugal tem obviamente um interesse particular que Timor-Leste seja um país que progrida e que seja uma montra dos países de língua portuguesa na Ásia. Timor-Leste tem superado os desafios que se lhe têm posto como jovem nação naquele grande continente”, sustentou.

Nas declarações à imprensa, o ministro indonésio sublinhou que Portugal e a Indonésia partilham um passado comum: “As nossas histórias estão interligadas. Mas, mais importante que o nosso passado, eu acredito que partilhamos um sentido de futuro comum. A Indonésia é um país que, na última década, se transformou de um país autoritário numa das maiores democracias no mundo e com uma economia forte”, defendeu Natalegawa.

Rui Machete fez ainda votos que o Presidente da República indonésio visite ainda este ano Portugal, correspondendo assim à visita realizada pelo chefe de Estado português, Cavaco Silva, em maio de 2012 ao país, naquela que foi a primeira visita de Estado de Portugal à Indonésia.

Portugal cortou relações diplomáticas com a Indonésia em 1975, na sequência da invasão a Timor-Leste, reatando-as em 1999.

O ministro indonésio aproveitou ainda para desejar “muito sucesso” à cimeira da CPLP, que se realizará em Díli, e mencionou que o seu país receberá, em agosto, um encontro da Aliança das Civilizações das Nações Unidas, “uma iniciativa que foi muito promovida pelo antigo Presidente [Jorge] Sampaio”, afirmando esperar “contar com a colaboração e apoio de Portugal”.

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