Portugal disponível para enviar médicos para Guiné-Bissau e ajudar África Ocidental

Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho com o representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, Miguel Trovoada, 20 outubro. Foto: Vitor Pires
Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho com o representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, Miguel Trovoada, 20 outubro. Foto: Vitor Pires

 

Mundo Lusíada
Com agencias

Portugal está disponível para enviar equipes médicas para a Guiné-Bissau para manter o país livre do vírus Ébola, disse à agência Lusa o Diretor Geral de Saúde, Francisco George. “Se o governo guineense assim o requisitar, naturalmente que a resposta é positiva. É verdade [já há equipe pronta], mas depende sobretudo daquilo que as autoridades guineenses solicitarem”, referiu.

Francisco George chegou dia 17 a Bissau, acompanhado pelo presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Paulo Campos. O objetivo da visita foi reforçar os laços de cooperação entre os dois países, sobretudo agora, com o vírus à porta. “Se apoiarmos os trabalhos de controle de uma epidemia, os outros países ficam com menos risco”, acrescentou Francisco George.

A Organização Mundial de Saúde teme um aumento expressivo do número de infeções pelo Ébola: podem subir dos atuais 1000 até a 10.000 novos casos por semana, até ao final do ano, na África Ocidental.

Neste sentido, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, disse que Portugal está disposto a colaborar no apoio da comunidade internacional ao continente africano para fazer face ao vírus Ébola, focando “naturalmente” os seus esforços na África Ocidental.

Em declarações à saída da cimeira ASEM (Ásia-Europa), Rui Machete, que representou o Governo português no encontro de chefes de Estado e de Governo, apontou que o combate ao Ébola foi um dos assuntos em destaque. O chefe de diplomacia comentou que, até agora, não há casos em países lusófonos, mas há situações graves, como na Serra Leoa, Guiné-Conacri e outros países africanos.

“Foi acentuada a necessidade de um esforço financeiro grande e de um esforço médico grande. Portugal, de resto, está disposto a colaborar. No sábado passado, o secretário de Estado (norte-americano, John) Kerry falou comigo a esse respeito, e eu disse-lhe que nós, certamente, iriamos colaborar, dentro das nossas possibilidades, embora naturalmente acentuando as zonas que mais nos podem interessar, que é a parte ocidental de África”, afirmou.

Questionado sobre se está prevista alguma ação no quadro da CPLP (Comunidades de Países de Língua Portuguesa), Rui Machete apontou que está agendada uma reunião da organização para o próximo dia 28, na Guiné-Bissau, e disse ser “natural que (a questão) venha à superfície”, dado o risco real de o vírus atingir outros países.

Nigéria
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 20 de outubro oficialmente a Nigéria livre de Ébola, após 42 dias – ou dois períodos de incubação – sem qualquer novo caso confirmado do vírus mortal. “O vírus desapareceu por agora. O surto na Nigéria foi derrotado. Esta é uma história de sucesso que mostra ao mundo que o Ébola pode ser contido”, disse o representante da OMS no país, Rui Gama Vaz, em Abuja.

A chegada do vírus Ébola à Nigéria, a mais populosa nação africana, a principal economia e o maior produtor de petróleo, provocou receios da sua rápida disseminação pelo país de 170 milhões de pessoas. No total, morreram oito pessoas de 20 casos confirmados na maior cidade da Nigéria, Lagos, e no centro petrolífero de Port Harcourt, tendo sido monitorizadas cerca de 900 pessoas para se detetar eventuais sintomas da doença.

A declaração oficial da OMS de país livre da doença relativamente à Nigéria surge depois de o estatuto ter sido dado ao Senegal na sexta-feira, ambos países estão sendo acompanhados por especialistas.

Além de monitorar os que poderiam ter tido contato com os doentes, a Nigéria introduziu inspeções de rastreio médico rigoroso em todos os aeroportos e portos para chegadas e partidas.

Mais de 4.500 pessoas morreram e perto de 10.000 foram infetadas com o Ébola, a maioria na África Ocidental, desde o início do ano, de acordo com a OMS.

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