Por uma Política de Defesa para os países da CPLP

Da InfoRel

 

Os ministros da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, e de Portugal, Nuno Severiano Teixeira, pretendem realizar um trabalho conjunto com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), especialmente os países africanos, com o objetivo de definir uma Política de Defesa convergente.

 

Jobim e Nuno Teixeira participaram da abertura da IV Conferência do Forte de Copacabana, promovida no Rio de Janeiro pela Fundação Konrad Adenauer, e que neste ano tem por tema "Um Diálogo Europa-América do Sul". De acordo com o ministro português, tanto o Brasil quanto Portugal possuem experiências em missões de paz, e podem compartilhar esse conhecimento. Segundo ele, "experiências podem e devem ser aproveitadas em outros países de língua portuguesa". O ministro Nelson Jobim anunciou a intenção de se intensificar o intercâmbio de ensino entre as duas nações, com o aumento da troca de oficiais enviados para as escolas militares dos dois lados do atlântico. O assunto será aprofundado no início do ano que vem quando Nelson Jobim deverá ir a Portugal para tratar de uma série de temas relacionados à Defesa, com o ministro Nuno Severiano Teixeira.

América do Sul O ministro brasileiro voltou a enfatizar sua intenção de visitar os países da América do Sul para buscar a formulação continental de uma "concepção de política de Defesa integratória". A série de viagens que deveriam ser iniciadas em fevereiro, começam pelo Chile já em dezembro. Foi o que ficou acertado quando Jobim encontrou-se com autoridades chilenas no Haiti no mês passado. Jobim estará acompanhado pelos comandantes militares do Exército, Marinha e Aeronáutica, nessas viagens. O desejo do ministro é “fazer uma diplomacia militar em toda a América Latina”, explicou. O ministro pretende fortalecer os laços de confiança entre militares brasileiros e latino-americanos e anunciou que o Ministério da Defesa vai aumentar as vagas para oficiais dos países vizinhos nas escolas militares. “O objetivo é trazer o máximo possível de oficiais militares da América do Sul. É assim que se faz política de integração como um país protagonista na região. Queremos dobrar o número de bolsas para oficiais de outros países”, afirmou. Ele também confirmou que a presença do Brasil no Haiti é estratégica para que o país possa se firmar no cenário internacional. Na sua avaliação, o Brasil tem responsabilidade com a região e a missão no Caribe fortalece as ambições de um país que deseja ser protagonista em termos globais.

Venezuela Nelson Jobim foi taxativo ao descartar qualquer possibilidade de intervenção do Brasil na Venezuela. Ao final do VII Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, realizado em Brasília, no início do mês, Jobim foi perguntado se a Força Nacional de Segurança poderia, hipoteticamente, intervir em caso de uma ruptura na Venezuela, na região de fronteiriça. O ministro foi contundente ao dizer que só a cogitação já se tratava de um equívoco. “Não nos preocupa a situação da Venezuela ou se ela está comprando armas, essa é uma decisão interna”, destacou.

 

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