Parlamentares portugueses criam grupo para “descobrir Macau”

Em entrevista à Rádio ONU, deputada Mónica Ferro, fala de interesse em  iniciativas de promoção da cultura, da história e do desenvolvimento;  grupo inicia trabalhos em Setembro.

 

Da Redação
Com Rádio ONU em Nova Iorque

Mónica Ferro (Foto: Grupo Parlamentar PSD)

Parlamentares portugueses vão criar um grupo informal para consolidar a aproximação política com Macau. A informação foi dada dia 22 de agosto, à Rádio ONU, pela deputada portuguesa Mónica Ferro, que defendeu um esforço “consolidado e continuado” de contato com território.

“O que nós pensamos foi que, de fato, o ideal seria organizarmos um grupo informal de deputados que vão conversando entre e si e organizando iniciativas de promoção da cultura, da história e do desenvolvimento político de Macau. O nosso objetivo é, numa primeira fase, dentro da Assembleia da República, mobilizarmos a nossa relação com as entidades que representam Macau em Portugal e que representam a China de forma geral mas, sobretudo de Macau”.

Falando de Lisboa, a parlamentar que o início dos trabalhos do grupo está marcado para a próxima sessão legislativa do órgão,  em Setembro. “Se nós conseguirmos que no fim desta próxima sessão legislativa que o Macau seja mais falado nos jornais, noticiários e que haja mais portugueses interessados em recordar, mas sobretudo descobrir Macau, então consideramos que o nosso trabalho foi bem feito”, explicou.

Mónica Ferro considera que Portugal é uma força facilitadora do contato entre a China e os países lusófonos e revela que o uso da língua pode ser tido como fator comercial global.

A entrevistada referiu-se à importância do Fórum Macau, fundado em 2003, para a promoção de parcerias econômicas e comerciais com países africanos, Timor-Leste e Brasil. O território esteve sob administração portuguesa até 1999.

Fórum Macau

O Fórum Macau, o grupo que une todos os países de língua portuguesa e a China, tem como “fio condutor” o idioma de Camões. Para Monica Ferro, mesmo com a facilidade da China de fazer negócios, diretamente, com as nações lusófonas, o país asiático prefere valer-se da língua portuguesa para consolidar seus contatos.

Desde sua criação em 2003, o Fórum Macau, tem aumentado, a cada ano, o volume de comércio com países lusófonos. Somente em 2011, Brasil, China, Portugal, Timor-Leste e os países africanos de língua portuguesa, movimentaram o equivalente a R$ 334 bilhões.

“Os países lusófonos são ainda boas fontes de recursos naturais de que a China precisa para seu processo de crescimento econômico. São, em simultâneo, mercados com milhões de consumidores para os produtos chineses, que se firmam cada vez mais, com qualidade, a um preço que pode ser suportado ainda por países lusófonos que estão em processo de desenvolvimento. Isso faz com que esta relação Sul-Sul seja muito apetecível, mas potenciada por um fator extraordinário que é a língua portuguesa.”

Na África, fazem parte do Fórum Macau: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique. São Tomé e Príncipe participa do grupo como observador.

Além do Fórum Macau, que integra a China, os países lusófonos estão unidos em outro grande bloco, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, que abriga todas as oito nações que falam português no mundo.

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