ONU: Crianças em Moçambique abaixo da linha da pobreza

Da Rádio ONU

Marisa Serafim/Lusa

 

A representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância em Moçambique, Unicef, Leila Pakkala, afirma que apesar dos avanços registrados, o país deverá ultrapassar ainda muitos desafios para alcançar o bem estar das crianças. Leila Pakkala revela que uma em cada cinco crianças, do país, sofre de múltiplas privações nas áreas de educação, saúde, abrigo, entre outras. De acordo com a representante do Unicef em Moçambique, Leila Pakkala, 58% das crianças moçambicanas vivem abaixo do limiar da pobreza.

Desafios Ela diz que Moçambique tem o desafio de garantir o bem-estar das crianças. "Apesar da recuperação econômica, Moçambique continua entre os 20 países mais pobres do mundo em termos de desenvolvimento humano. A pobreza infantil é um desafio para todos nós. Um dos maiores desafios de Moçambique será utilizar as suas receitas econômicas para melhorar a saúde e bem-estar infantil, o desenvolvimento de sistemas de saúde e proteção geral das crianças", disse. De acordo com Leila Pakkala os esforços de melhoria do bem estar das crianças em Moçambique são afetados pelo HIV-Sida, pela pobreza e pelas calamidades que ciclicamente assolam o país.

HIV-Sida Para Pakkala, o HIV-Sida que afeta directamente a 16% da população moçambicana, é a principal ameaça ao desenvolvimento de Moçambique no geral. Mais de 380 mil crianças são órfãs devido ao HIV/Sida. Estima-se que este número possa duplicar nos próximos três anos. Para além de apoiar aos órfãos, o Unicef, está a trabalhar na proteção dos adolescentes ainda não infectados e no tratamento das crianças infectadas pelo HIV-Sida, de acordo com Leila Pakkala. "O nosso programa de HIV/Sida tem um enfoque em quatro áreas: primeiro, para adolescentes e jovens em termos de prevenção; segundo, a transmissão de mãe para a criança; terceiro, o tratamento pediátrico; e finalmente o apoio às crianças órfãs e vulneráveis", explicou. O Unicef apoia ainda ao governo na expansão dos serviços de prevenção da transmissão vertical de mãe para filho, para além de facilitar o acesso a serviços básicos a cerca de 120 mil crianças.

Nutrição Outro grande desafio de Moçambique, segundo a representante do Unicef é a fome que faz aumentar os casos de má nutrição. O Unicef está incrementar o apoio alimentar às regiões mais vulneráveis. "Nós estamos a implementar programas de distribuição de suplementos alimentares em conjunto com o PMA (Programa Mundial de Alimentos) e do ministério da Saúde. Este programa prevê uma mistura de vitamina A e soja, para ajudar crianças nos distritos mais afetados pela seca", afirmou. O Unicef garante que nos próximos dois anos vai continuar com a sua parceria com as autoridades moçambicanas. "Nós vamos continuar este ano, e em 2008, com programas de saúde, nutrição, vacinação, prevenção e tratamento da malária. Prosseguiremos com os programas de educação e do HIV/Sida sobretudo para jovens e adolescentes, e virado para a transmissão de mãe para crianças, tratamento pediátrico e vamos expandir o programa de apoio às crianças órfãs e vulneráveis", concluiu. Segundo o Unicef, o programa bienal de cooperação, 2007-2009, com o governo de Moçambique tem em vista reduzir as disparidades para melhorar o bem estar das crianças.

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