Na ONU, Timor-Leste reitera apoio para solução democrática na Guiné-Bissau

Em discurso na Assembleia Geral, presidente Taur Matan Ruak também falou da violência na Síria e diz que seu país conhece bem os efeitos da guerra.

 

Da Redação
Com Rádio ONU

Presidente do Timor-Leste, Taur Matan Ruak. Foto: ONU/Amanda Voisard
Presidente do Timor-Leste, Taur Matan Ruak. Foto: ONU/Amanda Voisard

O presidente de Timor-Leste discursou no segundo dia de debates de alto nível da 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Taur Matan Ruak, pela primeira vez na Assembleia das Nações Unidas, repudiou os crimes na Síria.

O presidente do Timor-Leste declarou que seu país está apoiando os esforços para uma solução democrática na Guiné-Bissau. Taur Matan Ruak elogiou o trabalho de consolidação da paz na Guiné, que é dirigido pelo Prêmio Nobel da Paz e antecessor dele na presidência timorense, José Ramos Horta.

“Os problemas da Guiné-Bissau têm solução. Timor-Leste continuará a apoiar o esforço paciente do povo guineense e da comunidade internacional no sentido de intensificar o diálogo e reconciliação entre os guineenses e promover uma solução democrática num prazo adequado.”

Taur Matan Ruak mencionou ainda a situação da violência na Síria e disse que seu país conhece bem os efeitos da guerra. Ele defendeu também uma saída diplomática para o conflito sírio que já matou mais de 100 mil pessoas.

Países Emergentes
Ao falar sobre o Conselho de Segurança, o  presidente timorense disse ainda que o Timor-Leste apoia a candidatura da Nova Zelândia a um assento rotativo no Conselho de Segurança para o biênio 2014-2015.

Ao defender a reforma do órgão da ONU, Taur Matan Ruak afirmou que países médios e pequenos precisam participar do Conselho assim como as nações emergentes.

“O Conselho de Segurança tem de aperfeiçoar a respectiva capacidade de resposta e ajustar a sua composição por forma a refletirem a realidade do século 21. Novas potências com a Índia, a Indonésia e o Brasil, entre outras, devem passar a integrar os membros permanentes do Conselho de Segurança.”

Ao encerrar o discurso, Taur Matan Ruak resumiu ainda os progressos do Timor-Leste no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio na área de saúde materna e educação. O Timor-Leste foi o o terceiro país de língua portuguesa a discursar na ONU.

Expansão do Bloco
Taur Matan Ruak disse ainda que seu país pediu para ingressar na Commonwealth, a comunidade dos países de língua inglesa. Mas na entrevista à Rádio ONU, Taur Matan Ruak afirmou que isso em nada afetará a posição do português no Timor-Leste.

O presidente explicou que seu país quer se integrar cada vez mais na região como também na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp. Taur Matan Ruak disse ainda que durante a presidência rotativa da Cplp, o Timor-Leste dedicará atenção especial à expansão do bloco com a entrada de novos membros.

Língua
O novo presidente do Timor-Leste disse que a língua portuguesa tem vida longa em seu país. Em entrevista à Rádio ONU logo após o seu primeiro discurso na Assembleia Geral como chefe de Estado, Taur Matan Ruak, disse que o português ajudou o Timor a ser diferente na Ásia.

“O português veio para ficar, sabe disso, e está contemplado na nossa Constituição. O português faz com que o Timor-Leste tenha uma ligação histórica e cultural com todos os países da Cplp. Por isso, Timor vai continuar a fazer a diferença. Aliás, a língua também ajudou o Timor a ser diferente na região da Ásia. Timor-Leste quer continuar a servir de uma plataforma, entreposto para outros países da Cplp na Ásia.”

Desde a restauração da independência em 2002, o Timor-Leste adotou o português como língua oficial ao lado do tétum.

Logo após assumir a presidência, Taur Matan Ruak, anunciou o ensino do português também utilizando o método didático de língua estrangeira no país. Muitos jovens que nasceram na época da ocupação indonésia não sabem falar português e estão aprendendo o idioma nos últimos 10 anos.

Localizado no sudeste da Ásia, o Timor-Leste foi uma colônia de Portugal até 1975. No mesmo ano, o Timor foi invadido pela vizinha Indonésia que se retirou do país após a realização de um referendo em 1999, que pedia a restauração da independência.

De acordo com dados oficiais do Governo timorense, o último censo realizado em 2010, no país, indica que pelo menos 30% dos timorenses hoje falam português.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: