Na ONU, Dilma critica EUA e nega protecionismo brasileiro

O presidente de Cabo Verde, Carlos Jorge da Fonseca, estreia nesta quinta-feira, dia 27, o grupo de intervenientes da África lusófona nos debates da Assembleia-Geral das Nações Unidas.

 

A presidente Dilma Rousseff faz o discurso de abertura da 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República

Mundo Lusíada
Com agencias

Em Nova York, o discurso de Dilma tratou sobre a crise na Síria, o conflito israelense-palestino e da reforma do Conselho de Segurança, entre outros assuntos, na abertura da 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Dois pontos positivos segundo especialistas foram as abordagens sobre a economia e a Síria, assunto em que o Brasil se coloca contra a intervenção militar, apoiando o diálogo.

A presidente Dilma Rousseff reagiu a acusação do governo dos Estados Unidos que o Brasil adotou medidas protecionistas para garantir mercado aos seus produtos. Dilma ressaltou que todas as decisões, adotadas no Brasil, são respaldadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Ela negou irregularidades ou desvios de conduta.

Dilma condenou a valorização artificial da moeda norte-americana, que afeta os países em desenvolvimento, principalmente o Brasil. “O protecionismo deve ser combatido, pois confere maior competitividade de maneira espúria”, disse a presidente.

Segundo ela, é fundamental que os órgãos internacionais, como o G20 (países mais desenvolvidos do mundo), o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), passem a atuar no controle da guerra cambial e do estímulo do crescimento econômico. Dilma chamou esses órgãos de “mecanismos multilaterais” e alertou sobre as ameaças ao mundo atual.

“A recessão só agudiza os acontecimentos. [É necessário] um amplo pacto contra a desesperança que provoca o desemprego e a falta de oportunidades”, disse a presidente em referência às medidas de contenção adotadas por alguns países em busca de soluções para impedir o agravamento causado pela crise econômica internacional.

Dilma reiterou que as dificuldades, que citou há um ano, quando abriu a 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas, ainda permanecem apenas com alguns “novos contornos”. “Constato a permanência de muitos problemas que nos afligia cuja solução é cada vez mais urgente”, advertiu ela. “A crise econômica ganhou novos retornos, a opção por políticas ortodoxas agrava gerando reflexos em países emergentes.”

Em uma crítica aos líderes políticos dos países europeus e dos Estados Unidos, a presidenta disse que “as principais lideranças ainda não encontraram o caminho” para articular alternativas para a economia associadas à inclusão social. Segundo ela, essa ausência de alternativas “afeta as camadas mais vulneráveis da população” causando a fome, o desemprego e a desilusão.

Cabo Verde abre discursos da África lusófona na ONU

O presidente de Cabo Verde, Carlos Jorge da Fonseca, estreia nesta quinta-feira, dia 27, o grupo de intervenientes da África lusófona nos debates da Assembleia-Geral das Nações Unidas.

O pronunciamento do líder cabo-verdiano na 67ª Sessão do evento, que começa nesta terça-feira, marca também a sua primeira intervenção desde que assumiu o posto.

Na sexta-feira, estão previstos pronunciamentos da Guiné-Bissau e de São Tomé e Príncipe. No sábado, discursam Moçambique, Portugal e Angola.

A abertura do evento anual foi marcada com o discurso de Dilma Rousseff que no ano passado fez história ao se tornar a primeira mulher a abrir o encontro, desde a criação das Nações Unidas em 1945. Timor-Leste, representado pelo primeiro-ministro Xanana Gusmão, é o segundo país lusófono a intervir.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: