Moçambique precisa de R$ 62,6 mi para vítimas das cheias

Mundo LusíadaCom agencias

Pedro Sá da Bandeira/Lusa

PASSAGEM PROIBIDA >> Vista aérea do Vale do Zambeze em Moçambique. A subida das águas do rio provocaram o corte de estradas e o isolamento de várias habitações. Caia, em Janeiro de 2008.

Em 21 de janeiro, o governo moçambicano disse em Maputo que necessita de cerca de 24 milhões de euros (R$ 62,6 milhões) para enfrentar a crise provocada pelas cheias no centro do país, que já causou o deslocamento de mais de 94 mil pessoas na região. A ong portuguesa Oikos – Cooperação e Desenvolvimento fornece alimentos a 10 mil pessoas isoladas pelas cheias em Morrumbala, centro de Moçambique, divulgou a Agência Lusa.

Apesar de contarem com a ajuda da comunidade internacional para a obtenção dessa verba, as autoridades moçambicanas insistem que não vêem razões para um apelo internacional de emergência, reiterou o ministro da Administração Estatal, Lucas Chomera. "Depois das consultas realizadas com os parceiros internacionais da cooperação, chegamos à conclusão de que a abordagem até agora seguida, de mobilizar recursos internos e internacionais sem um apelo internacional, tem resultado", destacou Chomera, em entrevista coletiva em Maputo, com representantes das Nações Unidas e da União Européia.

O valor total necessário para a continuação das operações de busca, resgate, re-assentamento e assistência social às vítimas das calamidades naturais no vale do Zambeze é estimado em cerca de 30 milhões de euros, dos quais estão disponíveis apenas 5,5 milhões de euros, indicou o ministro moçambicano.

Do valor já pronto para ser utilizado, dois milhões de euros foram garantidos pelo governo moçambicano e pouco mais de três milhões de euros pela comunidade internacional. O governo português disponibilizou 450 mil dólares (305 mil euros) à Moçambique, confirmou à Lusa o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação português, João Gomes Cravinho.

Chomera disse também que o número de famílias deslocadas das zonas inundadas no centro de Moçambique para áreas seguras atinge agora cerca de 94.225 pessoas, havendo ainda famílias para serem resgatadas e numa altura em que os rios voltam a subir.

No que diz respeito ao número de vítimas mortais das inundações, o governante afirma que são oito mortes, por conta da correnteza ou resultado de ataques de crocodilos, que proliferam ao longo do rio Zambeze.

Em declarações na mesma entrevista, o coordenador das agências das Nações Unidas em Moçambique, Ndalamb Ngokwe, e o representante da Comissão da União Européia em Maputo, Glauco Calzuola, elogiaram a eficácia do governo na gestão da crise humanitária provocada pelas cheias no vale do Zambeze e prometeram trabalhar com as autoridades moçambicanas nos esforços de mitigação do problema.

Em comunicado, a ong Oikos lançou em 29 de janeiro um apelo de recolha de fundos para as vítimas das cheias em Moçambique disponibilizando para o efeito uma conta na Caixa Geral de Depósitos com o NIB- 0035 035500029 529630 85.

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