MNE português pediu a empresários portugueses que olhem para economia angolana

Da Redação
Com Lusa
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas (3E) ouve o discurso do ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chicoti, durante a XVI reunião ordinária de Conselho de Ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Luanda, 22 de julho de 2011. Foto: PEDRO PARENTE/ANGOP/LUSA

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, pediu aos empresários e investidores portugueses que olhem para Angola do ponto de vista econômico “não apenas como uma oportunidade conjuntural, mas como um investimento estrutural”.

Paulo Portas falava aos representantes de cerca de uma centena de expositores portugueses na Feira Internacional de Luanda, que em 21 de julho teve o dia dedicado a Portugal.

No seu discurso, o governante português disse que olhar desta forma para Angola permitirá acompanhar um processo de desenvolvimento, “que é para ficar e que será tanto mais sólido, quando adotar esta perspetiva de ficar”.

“Queria também chamar a atenção para a possibilidade e oportunidade que as empresas portuguesas têm ao fazer `matching´ com empresas angolanas, constituindo verdadeiras parcerias de não se esgotarem no mercado angolano, mas de poderem abrir a mercados regionais em África, que abrem, multiplicam e maximizam as nossas potencialidades económicas”, referiu.

O MNE português aproveitou para informar os presentes sobre os passos dados em relação à problemática dos vistos, uma das maiores preocupações e reclamações de investidores e empresas portuguesas em Angola.

Segundo Paulo Portas, tanto ele como o seu homólogo, têm a “perceção prática de que às vezes há problemas que se podem evitar e que se pode encontrar um sistema de concessão de visto mais rápido, mais homogêneo e que ajude as empresas, o investimento, o planeamento e a previsibilidade”.

“Sou uma pessoa extremamente focada, gosto de olhar para os problemas em concreto, separar os problemas entre aqueles que não se resolvem e aqueles que se podem resolver e se estou aqui também é para começar a resolver problemas de uma forma mutuamente vantajosa”, afirmou.

“É bom para Portugal e para Angola que a vida dos empresários, quadros e trabalhadores portugueses que estão aqui corra bem e seja ágil, da mesma maneira que é bom para Angola que o investimento de Angola em Portugal seja bem visto e seja bem-vindo, é a isso que eu chamo uma relação de ganhos mútuos”, ressaltou.

O ministro português frisou a situação difícil que Portugal atravessa, lembrando, contudo, que é “provisória”, e que pode ser ultrapassada através de uma política convidativa ao investimento no mercado português, bem como de intensificação do apoio à internacionalização, à exportação e colocação de empresas, marcas e produtos portugueses noutros mercados.

“Portugal não tem neste momento uma situação que permita dar-se ao luxo de não fazer aquilo que é preciso e portanto todas as instituições do Estado, a começar pela economia e a diplomacia, têm que se articular para dar prioridade àquilo a que se convencionou chamar diplomacia económica”, salientou.

“Para fazer diplomacia é preciso acima de tudo ajudar as empresas no exterior, saber vender a economia portuguesa no exterior, saber vender os produtos e as marcas portuguesas no exterior, encontrar um `matching´ e ajudar a encontrar oportunidades, reportar a capacidade de captação de investimento estrangeiro. Tudo isto é ser diplomata de Portugal no século XXI”, completou Paulo Portas.

O chefe da diplomacia portuguesa deve participar ainda da reunião de Conselho de Ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Além de um jantar promovido pela Câmara de Comércio Portugal-Angola.

Moçambique e Brasil

No domingo, primeiro dia visita a Moçambique, Portas terá um encontro com empresários portugueses na residência do embaixador Mário Godinho de Matos. Na segunda-feira, antes de embarcar para o Brasil, o ministro dos Negócios Estrangeiros português terá uma reunião de trabalho com o ministro moçambicano Oldemiro Balói.

Na terça-feira, já em Brasília, Paulo Portas deverá participar de um almoço com jornalistas oferecido pelo embaixador João Salgueiro e, na quarta-feira, reúne-se no Itamaraty com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota.

Antes de regressar a Portugal, Portas assistirá em Lima à posse do novo presidente do Peru, Ollanta Humala.

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