Ministro da Defesa português profere palestra em Brasília

Da RedaçãoCom Portugal Digital

 

Mundo Lusíada

>> O ministro português da Defesa, Augusto Santos Silva.

O ministro português da Defesa, Augusto Santos Silva, proferiu na quinta-feira 11 de novembro, em Brasília, uma palestra subordinada ao tema "Portugal, uma sociedade em mudança". O evento aconteceu no Centro Cultural da Embaixada de Portugal, na capital federal.O ministro português participou da 12ª reunião de ministros da Defesa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que teve encerramento nesta mesma quinta-feira.Durante o encontro de dois dias, os responsáveis pela política de defesa dos Estados membros da CPLP debateram assuntos como as questões internacionais que mais preocupam ou ameaçam a segurança dos membros da CPLP; questões internacionais e as implicações político-militares no contexto regional para os países membros da CPLP; a aprovação do acordo técnico para o Exercício "Felino 2010"; aprovação da proposta de Memorando de Entendimento com caráter permanente para os Exercícios "Felino"; e aprovação do Memorando de Entendimento para os Centros de Excelência de Formação de Formadores da CPLP na vertente das operações de apoio à paz. Ainda no âmbito da visita de trabalho a Brasília, o ministro português foi um dos convidados da recepção oferecida pelo embaixador de Angola no Brasil, Leovigildo da Costa e Silva, para assinalar o 11 de Novembro, data do 35º aniversário da proclamação da independência do país africano lusófono.

Estratégia da Nato para o Atlântico Sul

A expansão da Nato no Atlântico Sul, com a realização de “parcerias” com países africanos e sul-americanos, como o Brasil, foi defendida pelo ministro português da Defesa.Em entrevista ao Portugal Digital, Augusto Santos Silva falou sobre a reunião da Nato, prevista para a semana seguinte, em Lisboa, e sobre projeto de expansão de parcerias da Organização do Tratado do Atlântico Norte para o Atlântico Sul. Um projeto que o Brasil vê, no mínimo, com grande desconfiança.A realização de “parcerias” com países africanos e sul-americanos seria, na opinião do ministro português , uma extensão natural da Nato (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que reúne 28 países do Hemisfério Norte.A presença da Nato em várias regiões do mundo, como as águas da Somália ou no Afeganistão, em operações de manutenção de paz, na qualidade de organização de defesa coletiva, e a existência de “parcerias” com blocos como a União Europeia ou a Rússia, fazem parte dos argumentos apresentados por Augusto Santos Silva em defesa do alargamento das ações de cooperação estratégica com outros países do Hemisfério Sul.“Portugal entende que essas parcerias devem ser estendidas a países de África”, disse o ministro. “Não é uma influência abusiva, não é uma extensão de influência”, enfatizou. Tais parcerias, de acordo com Santos Silva, deveriam incluir o Brasil. “O Brasil é uma das potências com que se deve contar”, afirmou.Já o ministro brasileiro manifestou “a preocupação com a delimitação da extensão da “Área” no Atlântico Sul, uma vez que a não delimitação das plataformas continentais dos parceiros africanos poderia tornar legalmente factível que outros Estados obtenham direitos de exploração comercial dos recursos situados nessa faixa, sem dúvida já atraídos por seu imenso potencial”.O ministro da Defesa do Brasil, que tem desempenhado importante papel no desenvolvimento do projeto estratégico brasileiro de se assumir como potência internacional, enfatizou, dirigindo-se aos seus colegas lusófonos, que “o Atlântico Sul possui características particulares, dentre as quais se destaca ser a área livre de armas nucleares”, o que, disse, mostra “a importância de se preservar o atual ambiente de paz e estabilidade, sem a interferência de potências exógenas à região”.

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