Lisboa recebe em outubro 1º Congresso de Estudos Angolanos

Da Redação
Com Lusa

Promover o conhecimento, reunindo diferentes abordagens sobre Angola, numa iniciativa acadêmica inovadora é o objetivo do 1.º Congresso de Estudos Angolanos, que se realiza entre 17 e 18 de outubro, em Lisboa, destacou o organizador, Filipe Santos.

“Era preciso fazer uma reflexão sobre os estudos que incidem em Angola e unir várias perspetivas”, destacou o pesquisador do Instituto de Estudos de Língua e Tradução da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Filipe Santos sublinhou que a maior parte dos eventos que têm Angola como pano de fundo têm uma abordagem setorial, focando-se na política ou na economia.

“O que quisemos foi reunir, pela primeira vez e no interesse de Angola, um encontro acadêmico que inclua diferentes perspetivas e onde se possa fazer uma recapitulação do que está feito, numa altura em que se antecipam grandes mudanças neste início de século”, disse o especialista que integra a Rede de Investigação de Angola (Angola Research Network), que organiza o congresso com apoio da Biblioteca Nacional.

O período para apresentação de comunicações (‘call for papers’) decorre até ao dia 30 de julho e as sessões paralelas estão “abertas a todas as participações de qualidade que ofereçam um figurino inovador” em quatro áreas – política, direito, história e relações internacionais; Estado, partidos, boa governação, política e perspetivas para um futuro próximo; integração na Região Austral e dos Grandes Lagos; Economia e empresas, modelos de desenvolvimento e investimento exterior; cultura, arte, literatura e pensamento; religiões; imprensa e comunicação; migrações e diáspora angolana, e Ciências, tecnologia e investigação.

Em simultâneo vai decorrer uma mostra bibliográfica com alguns dos livros “mais importantes e valiosos sobre Angola do século XIX”. Vão ser exibidos livros de expedições, científicos, zoológicos e de línguas e missionação, além do “fundacional” “De Angola à Contracosta”, escrito por Roberto Ivens e Hermenegildo Capelo.

Esta mostra “mais simbólica do que exaustiva” e com uma vertente histórica “é um resumo do interesse dos portugueses pela região” e comprova a “atração enorme” que Angola sempre exerceu, explica.

Este primeiro Congresso decorrerá em Portugal, pela sua situação histórico-geográfica de mediador entre a Europa e a África, mas os investigadores pretendem dar continuidade à iniciativa noutros locais. Depois de Lisboa, que tem “um significado simbólico”, o congresso poderá viajar até outros países com grande implantação da diáspora angolana como o Brasil ou o Reino Unido, onde vivem membros da rede angolana de investigação.

A Angola Research Network (ARN) “é uma entidade e fórum de debate que visa colocar em rede a comunidade de acadêmicos e investigadores, filiados e instituições de pesquisa ou independentes, que desenvolvem o seu trabalho acerca de Angola numa perspetiva internacional”.

A rede integra atualmente 78 membros sediados no Reino Unido, em Angola, em Portugal, no Brasil e nos Estados Unidos, entre outros países.

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