Língua Portuguesa reforça empregabilidade dos jovens timorenses, diz Secretária

Da Redação
Com Lusa

A secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros portuguesa destacou, em Díli, a importância que a língua portuguesa pode ter na empregabilidade dos jovens timorenses e no acesso a um mercado global.

“A língua portuguesa é uma língua global, pluricontinental e uma língua que em Timor foi uma língua de resistência e hoje é uma língua de independência que permite a afirmação regional e favorece também a sua integração à escola global”, disse Teresa Ribeiro, numa cerimônia na Escola Portuguesa na capital timorense.

“A língua portuguesa não é a língua dos portugueses, é a língua de todos quantos a falam, que a querem falar, que a escolheram como sua língua e através dessa língua fazem a sua representação do mundo e desenvolvem todo o seu quadro conceptual”, afirmou.

Teresa Ribeiro destacou a importância do trabalho que a Escola Portuguesa em Díli faz em Timor-Leste, ajudando a fortalecer o “instrumento fundamental” que é a educação para o desenvolvimento do país.

“A aposta na educação e no conhecimento serão decisivas para a construção de uma sociedade mais justa, mais próspera e ferramentas indispensáveis para nos libertamos de obscurantismos e conseguirmos o que todos desejamos que é uma sociedade mais justa”, considerou.

Teresa Ribeiro falava numa curta cerimônia de entrega de diplomas de cursos de língua portuguesa ministrado neste estabelecimento de ensino a funcionários da Delegação da União Europeia em Timor-Leste.

A cerimônia foi uma de várias entregas de diplomas a alunos de vários cursos de português em Timor-Leste, feitos no âmbito da cooperação portuguesa e que incluem jornalistas e miliares.

Ribeiro está em Díli até quarta feira para vários contatos com as autoridades timorenses e responsáveis por diversas áreas de tutela relevantes para a cooperação bilateral, nos planos político, econômico-comercial, educativo, cultural ou de desenvolvimento.

Na agenda está ainda o fecho de negociações relativamente ao novo Programa Estratégico de Cooperação (PEC) de Portugal com Timor-Leste para o período de 2018-2022, que substituirá o que terminou em final de 2017 e foi alargado devido à situação política em Timor-Leste, dado que o país teve eleições antecipadas.

A intensa agenda de contatos, entre reuniões de trabalho e visitas de cortesia, incluiu encontros com o Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, com o primeiro-ministro, Taur Matan Ruak e com vários membros do executivo.

Teresa Ribeiro visitou ainda o projeto Quinta de Portugal, em Aileu, reuniu-se com coordenadores e responsáveis dos principais projetos da cooperação no setor educativo e tem previsto um encontro com o presidente do Parlamento Nacional.

Cooperação

Timor-Leste quer fechar o mais rapidamente possível as negociações com Portugal sobre o novo Programa Estratégico de Cooperação (PEC), que continuará a refletir a implementação do português como “estratégia de soberania”, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros interino.

“Estamos empenhados em fechar o acordo o mais rapidamente possível para que o possamos implementar o mais eficazmente possível para dar bons resultados para Timor-Leste”, disse à Lusa Agio Pereira, ministro de Estado na Presidência do Conselho de Ministros e que está transitoriamente com a tutela dos Negócios Estrangeiros.

“Este programa continuará a refletir essa vontade e obrigação dos órgãos de soberania timorenses avançar com o processo de implementação da língua portuguesa como estratégia de soberania”, disse.

O novo PEC que tem vindo a ser negociado entre responsáveis dos dois países substituirá o que terminou em final de 2017 e que foi alargado para este ano devido à situação de impasse político em Timor-Leste, onde este ano se realizaram eleições antecipadas.

A expetativa inicial era de que o documento poderia vir a ser assinado ainda esta semana, no decurso da atual visita a Timor-Leste da secretária de Estado.

Ainda que o documento esteja “praticamente concluído”, segundo confirmaram fontes diplomáticas e do Governo, não deverá ser assinado já, visto ter ainda que ser analisado em Conselho de Ministros.

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