Economia cabo-verdiana deverá crescer 4,7% em 2019

Da Redação
Com Lusa

A economia cabo-verdiana deverá crescer 4,5% este ano e aumentar ligeiramente para 4,7% em 2019, segundo as projeções macroeconômicas do Banco de Cabo Verde (BCV), que justifica a aceleração com o aumento do consumo e o investimento público.

Segundo o relatório da política monetária divulgado, para este ano o crescimento econômico deverá ser de 4,5% e uma inflação média anual de 1,3%.

Comparativamente às projeções feitas em abril, o BCV registrou um “contributo mais robusto da procura externa líquida e mais ténue do consumo e do investimento privado para o crescimento, assim como para um crescimento mais contido dos preços no consumidor”.

“Pese embora o seu contributo mais modesto, a formação bruta de capital fixo deverá estimular o crescimento em 2018, na expetativa de uma consistente recuperação do investimento privado”, notou o BCV, que prevê ainda que o consumo privado continue robusto, apesar da desaceleração do seu crescimento.

Para o ano de 2019, o banco central prevê um “aumento ligeiro” do ritmo de crescimento da economia cabo-verdiana, para 4,7%, bem como a inflação (1,4%), face a 2018.

O banco central considera que o crescimento será maior em 2019 em função do aumento esperado do consumo e do investimento público.

O crescimento projetado para 2019 é igual ao registrado pelo BCV no primeiro semestre deste ano, que justificou com a “performance globalmente benigna” do enquadramento externo.

O banco central notou que no primeiro semestre a economia cabo-verdiana também beneficiou do crescimento contido de pressões inflacionistas, assim como do fortalecimento da confiança dos agentes econômicos, que favoreceram a procura e as condições (internas) do seu financiamento.

“O desempenho benigno de alguns ramos de atividade e das exportações contribuiu para o desagravamento da balança corrente e, consequentemente, para a melhoria das contas externas”, referiu o banco.

O BCV justifica as projeções com a evolução benigna do enquadramento externo, com a ausência de constrangimentos infraestruturais e comerciais à produção nacional e ao financiamento externo dos investimentos no país.

Relativamente ao crédito à economia, o BCV prevê que seja de 5% este ano, aumentando ligeiramente para 5,1% no próximo ano, taxas entretanto inferiores a de 2017, que foi de 7,5%.

Para 2018 e 2019, o banco central prevê reservas internacionais para 5,8 meses de importação.

Quanto ao déficit, deverá ser de 7,1% este ano, diminuindo ligeiramente para 5,9% no próximo ano.

O banco central projeta ainda um “forte ritmo de crescimento” das exportações e reexportações de bens, bem como do negócio de hub dos transportes aéreos.

Já as importações deverão crescer a um ritmo menor em volume (considerando as perspetivas de crescimento das existências dos últimos anos) e em valor (face à expetativa de evolução mais contida dos preços nos mercados fornecedores), projetou o BCV.

Trimestre

O ritmo de crescimento econômico em Cabo Verde continuou a acelerar no terceiro trimestre deste ano, situando-se acima da média da série e, evoluindo positivamente face ao trimestre homólogo, divulgou também o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

No comércio em estabelecimentos, o INE concluiu que o indicador de confiança manteve a tendência ascendente dos últimos trimestres, registrando o valor mais alto dos últimos 66 trimestres consecutivos e evoluindo positivamente face ao mesmo período de 2017.

A conjuntura econômica no setor é favorável nos terceiros três meses do ano, onde as dificuldades financeiras e a insuficiência da procura foram os principais constrangimentos.

O setor do turismo também manteve a tendência ascendente do último trimestre, situando acima da média da série.

Neste que é considerado o motor da economia cabo-verdiana, os empresários apontaram a insuficiência da procura e as dificuldades em encontrar pessoal com formação apropriada como sendo os principais obstáculos no terceiro trimestre de 2018.

Outro serviço que também manteve a tendência ascendente no terceiro trimestre foi os transportes e serviços auxiliares de transportes, que registou o valor mais alto dos últimos 27 trimestres consecutivos e evoluiu favoravelmente face ao trimestre homólogo.

A conjuntura no setor é favorável, mas os empresários consideram que as dificuldades financeiras e dificuldades na obtenção de créditos bancários foram os principais constrangimentos.

Em sentido contrário, a construção manteve a tendência descendente dos últimos trimestres, situando-se abaixo da média da série e evoluindo negativamente face ao trimestre homólogo, mas mesmo assim a conjuntura é considerada favorável.

Na construção civil, os empresários cabo-verdianos apontaram o nível elevado da taxa de juros e o excesso de burocracia e regulamentações estatais como sendo os principais constrangimentos do setor no terceiro trimestre 2018.

Outro setor que também manteve a tendência descendente dos últimos trimestres foi a indústria transformadora, onde o indicador evoluiu desfavoravelmente face ao trimestre homólogo e a conjuntura no setor é desfavorável.

Segundo os empresários, as frequentes avarias mecânicas nos equipamentos e o elevado absentismo do pessoal ao serviço foram os principais constrangimentos do setor no decorrer do terceiro trimestre 2018.

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