Presidentes do Brasil e Portugal entregam Prêmio Camões a Mia Couto

Mundo Lusíada
Com agencias

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A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, afirmou em Lisboa que a obra do escritor Mia Couto permite “descobrir África”, viajar pelo interior de Moçambique, viver o “burburinho de Maputo” e emocionar-se com “histórias singulares, mas universais”.

Segundo afirmou, o Prêmio Camões, entregue dia 10 de junho a Mia Couto no Palácio de Queluz, “servirá para aprofundar o conhecimento da obra” do autor moçambicano no Brasil. Dilma e o Presidente português, Cavaco Silva, entregaram o prêmio ao escritor moçambicano.

Segundo Dilma, o prêmio, instituído pelos governos do Brasil e de Portugal em 1988, contribuirá para a maior divulgação da obra de Mia Couto e da literatura moçambicana no Brasil.

“Reunimo-nos aqui para expressar nosso reconhecimento à vasta contribuição de Mia Couto à literatura de expressão portuguesa. Celebramos o conteúdo moçambicano de sua obra e suas reflexões profundas e sensíveis sobre a cultura e a história de seu país. Isto é a marca universal de um grande autor. Confirmamos o especial impacto de sua obra no âmbito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Seus poemas, contos, crônicas e romances exaltam a riqueza e a pluralidade de expressões que pode assumir a lusofonia”, afirmou.

Comemorando seu 25º ano, o Prêmio Camões tem sido atribuído a autores de todo o universo lusófono, de Angola e Moçambique, de Cabo Verde, do Brasil, de Portugal.

Em sua intervenção, Cavaco Silva declarou que Mia Couto “situa o patrimônio riquíssimo de imagens e de sonoridades, de cores e de memórias de Moçambique no espaço imenso da lusofonia, concebendo novas geografias e vastos territórios onde se desenrolam as suas histórias. Histórias de humanidade e liberdade”.

Presidente Dilma Rousseff durante Jantar oferecido pelo Presidente da República de Portugal, em Lisboa, 10 de junho. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Presidente Dilma Rousseff durante Jantar oferecido pelo Presidente da República de Portugal, em Lisboa, 10 de junho. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

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Por ocasião da visita da Presidente Dilma Rousseff, o Presidente português ofereceu um jantar no Palácio Nacional de Queluz, com intervenções de ambos.

“A amizade e os laços históricos que unem os nossos dois países gozam hoje de uma vitalidade que nos deve orgulhar. O relacionamento entre o Brasil e Portugal tem um valor estratégico fundamental, sobretudo num presente em que tantos desafios nos são colocados, de um lado e do outro do Atlântico” declarou Cavaco Silva.

Segundo ele, o Brasil é hoje uma referência do presente à escala mundial. “É a primeira economia da América Latina e ocupa um lugar proeminente no ranking das maiores economias mundiais. Este é o resultado de muitos anos de trabalho, de aposta no longo prazo, fruto de profundas reformas econômicas e da opção pelo desenvolvimento de políticas sociais que permitiram a milhões de brasileiros melhorar de forma significativa as suas condições de vida”.

Citou ainda que Brasil tem em Portugal um “amigo especial” na União Europeia, e que, durante a Presidência Portuguesa em julho de 2007, se realizou a primeira Cimeira entre o Brasil e a UE, um marco da Parceria Estratégica entre o Brasil e a Europa.

“Com entusiasmo, celebramos o Ano do Brasil em Portugal e de Portugal no Brasil, que simbolicamente se encerra hoje, aqui em Lisboa. Foi um momento alto das relações entre os nossos dois Povos e Países, que muito contribuiu para reforçar o dinamismo das relações bilaterais e renovar os laços que nos unem” declarou Cavaco.

“Nunca um brasileiro será um estrangeiro em Portugal ou um português um estrangeiro no Brasil Em ambos os países existem comunidades organizadas e dinâmicas, que são um fator de referência na vida económica, social e cultural do Brasil e de Portugal”.

Já Dilma, citou o passado para mostrar “o quão dependentes fomos uns dos outros nesses mais de cinco séculos de nossa história comum”.

“Tudo começou quando os navegadores partiram da Torre de Belém para aquela que seria, talvez, a primeira tentativa de globalização de que se tem notícia. Buscando o mar sem fim a que aludia Fernando Pessoa, as caravelas chegaram ao Brasil. Os primeiros séculos da colonização cederam lugar, no início do século XIX, a uma aproximação de nossos países da qual resultou a independência brasileira e a modernização política de Portugal”.

Ao finalizar, disse que para realizar os objetivos propostos, “contamos com afinidade de valores, nossas raízes comuns, mas, acima de tudo, com a energia que provém do sentimento profundo de amizade entre brasileiros e portugueses”.

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