A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai enviar uma missão ao Timor Leste em breve para ajudar na "rápida resolução" da crise que o país atravessa, divulgou terça-feira, 19 de fevereiro, o presidente do Comitê de Concertação Permanente da organização, Apolinário Mendes de Carvalho.
"Saiu um consenso sobre a necessidade do envio de uma missão da CPLP com a maior urgência possível", disse o embaixador Apolinário Mendes de Carvalho aos jornalistas, em Lisboa, no final de uma reunião extraordinária do comitê.
De acordo com o diplomata da Guiné-Bissau, a missão da CPLP vai ao Timor Leste com dois objetivos: prestar solidariedade e ajudar na resolução do problema.
"A missão vai iniciar um diálogo entre o governo e as autoridades timorenses para a rápida resolução da crise", sublinhou.
Questionado sobre a data da missão para o Timor Leste, Apolinário Mendes de Carvalho disse que falta "alinhavar" alguns detalhes, mas adiantou que pode ser "na próxima semana".
Para o presidente do Comitê de Concertação Permanente da CPLP, a estabilidade no Timor Leste requer "o diálogo franco e construtivo entre os principais atores políticos" timorenses.
Apolinário Mendes de Carvalho disse ainda que a "CPLP já tinha uma agenda própria para o Timor Leste, que passava pela abertura de uma delegação permanente", e indicou que a crise que o país atravessa "pode ter acelerado" essa abertura.
Por sua vez, o embaixador do Timor Leste em Lisboa, Manuel Abrantes, manifestou seu "agrado" pelo envio da missão da CPLP ao país, afirmando que a iniciativa vai estabelecer contatos de "ordem bilateral e multilateral" e "apoiar o Estado timorense nas formas mais variadas".
Manuel Abrantes garantiu também que a capital timorense "está calma", mas destacou que "há a necessidade de repor a ordem pública".
Em 11 de fevereiro (noite do domingo dia 10 no Brasil), o presidente do Timor Leste, José Ramos Horta, foi gravemente baleado próximo de sua residência, enquanto o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, escapou ileso de uma emboscada nos arredores da capital.
Ramos Horta encontra-se hospitalizado em Darwin, norte da Austrália, onde foi submetido nesta terça a uma nova intervenção cirúrgica – a quinta em uma semana.
Na seqüência do duplo ataque, as autoridades timorenses decretaram estado de sítio no país, com toque de recolher entre as 20h e as 6h.
Timor Leste integra a CPLP ao lado de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
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