CPLP chega a consenso sobre reforma de instituto do idioma

O IILP tem como objetivo a defesa e a promoção da língua portuguesa, não tem funcionado na prática.

Da RedaçãoCom Lusa

O conselho da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) alcançou na sexta-feira do dia 03 de julho um consenso sobre o modelo de reforma do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), a ser formalmente adotado no próximo conselho de ministros dos "oito".

Lauro Moreira, embaixador do Brasil junto da CPLP, disse à Agência Lusa que o avanço foi grande na reunião do conselho de concertação extraordinário, permitindo "chegar a um consenso" e "culminar um processo de estudos, reflexões e debate interno".

"Finalmente pudemos chegar a algumas conclusões mais concretas, que se referem aos eternos problemas de dar maior leveza à estrutura do IILP, fazer com que sejam fixados de maneira mais clara os objetivos e atribuições, tocar na própria sistemática de indicação de diretores", afirmou.

"Há um consenso hoje de que do jeito que está é impossível ficar. Impõe-se uma reforma urgente", adiantou Moreira.

IILP foi idealizado em 1989, antes mesmo da criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), foi criado em 1999 e começou a funcionar, oficialmente, em 2002, na Cidade da Praia, em Cabo Verde.

No entanto, a instituição dirigida pela angolana Amélia Mingas, que tem como objetivo a defesa e a promoção da língua portuguesa, não tem funcionado na prática.

Segundo Lauro Moreira, as ideias saídas da reunião do comitê de concertação permanente serão incorporadas num projeto de resolução, a ser elaborado pelo secretariado executivo. Este será levado ao Conselho de Ministros, na cidade da Praia, nos dias 19 e 20 deste mês.

Moreira adianta que a reforma vai no sentido de definir uma estratégia de atuação e atribuições e de "profissionalizar" a escolha do diretor e do corpo técnico em geral, através de concurso público entre os países-membros, à semelhança do que aconteceu já com o diretor-geral, cargo ocupado por Hélder Vaz.

"O IILP não é um centro cultural, é um espaço de reflexão de língua portuguesa e de atuação em matéria de políticas da língua. Há um consenso de que não é um órgão político", afirma.

O "problema", defende, não está na atual direção, nem no fato de ser "fulano ou beltrano" a ocupar o cargo.

"Para se levar adiante esta reestruturação toda é preciso uma modificação do próprio regimento interno e dos estatutos da CPLP nalguns aspectos, o que exige tempo, só pode ser feito em sedes mais altas. Não se pode mudar da noite para o dia, mas é um começo muito importante", disse à Lusa o diplomata brasileiro.

Além de uma reforma, adiantou, deverá ser feito "um apelo" a todos os países para que constituam as suas comissões nacionais, o que até agora só fizeram Brasil, Moçambique e Angola.

O secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, não se quis se pronunciar sobre a reunião.

 

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