Cabo Verde inicia comemorações do 40º aniversário da independência com marcha na Cidade da Praia

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Mundo Lusíada
Com Lusa

Cabo Verde iniciou em 26 de maio formalmente as comemorações do 40º aniversário da independência do país com uma marcha pelas ruas da Cidade da Praia, que juntou centenas de pessoas, num ato de muito simbolismo.

A marcha teve concentração e partida do Estádio da Várzea, local onde se içou a bandeira e foi proclamada a independência de Cabo Verde, percorreu a principal Avenida da Cidade da Praia, a Avenida Cidade de Lisboa, e terminou em outro local emblemático, o Parque 5 de Julho.

Durante o percurso a animação foi feita por vários grupos de tabanka, gênero musical e manifestação cultural de Cabo Verde, batucada, e desfile de muitas crianças, militares, políticas e sociedade civil.

Para o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, que é também presidente da Comissão de Honra das Comemorações, a marcha valeu pelo seu simbolismo, que está ligado a um percurso de 40 anos de Cabo Verde como país independente.

Referindo-se ao “esforço” para edificar um “Estado viável”, a democracia e um país reconhecido, Jorge Carlos Fonseca disse também que é momento para os cabo-verdianos exaltarem aquilo que fizeram de bom e de muito bom e corrigir o que não foi bem feito.

O mais alto magistrado da Nação cabo-verdiana almejou um país cada vez mais justo, fraterno e inclusivo e considerou “um sinal positivo” de “gente audaz, ousada e ambiciosa” que exige mais emprego, mas universidades, mais cultura, mais economia e mais desporto.

Por sua vez, o ministro da Cultura cabo-verdiana, Mário Lúcio Sousa, também membro da Comissão de Honra, disse que a ideia foi começar as comemorações no dia de África, 25 de maio, e terminar no Dia da Cultura Cabo-verdiana, 18 de outubro.

Durante quase cinco meses, Mário Lúcio Sousa indicou que serão realizadas muitas atividades, com destaque para os meses temáticos, sendo que maio é dedicado à África, junho às crianças, julho à independência com a realização de muitas palestras e conferências.

Já o mês de agosto será dedicado à Nação global e à diáspora cabo-verdiana, setembro ao nascimento de Amílcar Cabral (12 setembro) e às questões de nacionalidade e outubro será dedicado à cultura cabo-verdiana.

O ministro garantiu que, além de todas as ilhas do país, serão realizadas atividades na diáspora cabo-verdiana, estando a organização já a trabalhar com as associações de cabo-verdianos em Portugal, Holanda, França, São Tomé e Príncipe e com os serviços consulares e embaixadas.

Mário Lúcio informou que haverá ainda um desfile, em data a indicar, de todas as comunidades imigradas residentes no país e que a cultura, o desporto e educação estarão presentes em todos os momentos.

“Queremos trabalhar muito a ideia da disciplina no trabalho, da união entre os cabo-verdianos. é momento de ultrapassarmos os dissensos, os conflitos e discutir, cada um com o seu ponto de vista, sobre o que nos falta, até sermos uma Nação sólida, onde as pessoas possam viver sem riscos de pobreza ou poucos cuidados e falta de acesso”, sublinhou o ministro.

Cabo Verde tornou-se independente em 5 de julho de 1975

Ousados
O Presidente cabo-verdiano considerou ainda que a candidatura da ministra Cristina Duarte à presidência do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) poderá ser um “bom ponto de partida” para que o país possa ser “mais ousado” em outras áreas.

“(A candidatura da ministra Cristina Duarte) pode ser um bom ponto de partida para que nós possamos ser mais ousadas em outras áreas. Eu sempre tenho defendido que devemos ter uma política externa mais atrevida, no bom sentido”, defendeu Jorge Carlos Fonseca, durante o arranque oficial das comemorações, sublinhando que Cabo Verde deverá seguir o exemplo de países vizinhos e ter mais quadros nas instâncias internacionais.

“Há países vizinhos que apostam mais nisso. Talvez seja um caminho: apostarmos mais em ter gente nossa em posição-chave nas instâncias que decidem as coisas mais relevantes para o mundo e para nós também”, sustentou.

Considerando que o país tem “pouca gente” nas grandes instâncias internacionais, Jorge Carlos Fonseca deu, entretanto, como exemplo o cabo-verdiano José Luís Jesus no Tribunal Internacional do Mar e de um Comissário na CEDEAO.

Quanto à candidatura de Cristina Duarte, atual ministra das Finanças e do Plano, à presidência do BAD nas eleições da próxima quinta-feira, Jorge Carlos Fonseca disse que não dispõe de todos os dados, mas desejou “boa sorte” à governante, única mulher na corrida.

Salientando que há “muito otimismo” na candidatura, o Presidente cabo-verdiano indicou disse que exerceu a sua influência, conversando, telefonando Chefes de Estados africanos e responsáveis e outras paragens, escrever cartas, destacar enviados especiais. “Foi o que me foi pedido”, disse.

“Nestas coisas há muitos interesses em jogo, políticos e estratégicos. Nós somos um país pequeno, vamos lá ver. Há otimismo, eu desejo muito boa sorte”, reforçou Fonseca sobre a candidatura já ajudou o país a ser mais conhecido na arena internacional.

Além da candidatura de Cabo Verde, à presidência do BAD concorrem outras sete, oriundas do Chade, Etiópia, Mali, Nigéria, Serra Leoa, Tunísia e Zimbabué.

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