Brasil prevê adoção da nova ortografia na Guiné-Bissau

Da Redação Com Lusa

O representante permanente do Brasil na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Lauro Moreira, afirmou à Agencia Lusa que espera que a Guiné-Bissau ratifique o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa até o final do ano.

Moreira esteve em Bissau para debater com as autoridades políticas da Guiné-Bissau sobre a ratificação do acordo ortográfico, e se reuniu com representantes da comissão especializada do Parlamento para Relações Exteriores.

"Estou com muitas esperanças, diria mesmo, convencido de que a Guiné-Bissau vai ratificar o acordo até o final deste ano", disse Moreira, no final da reunião com os representantes do Parlamento guineense.

"A comunidade (lusófona) estará em condições de anunciar a Guiné-Bissau como o sexto país a ratificar o acordo ortográfico, o que levará os outros dois países africanos, Angola e Moçambique, a fazer a mesma coisa", disse o diplomata.

O acordo ortográfico já foi ratificado por cinco países da comunidade lusófona – Portugal (com uma moratória de 10 anos para entrar em vigor), Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Presidente guineense visita Brasil O representante permanente da CPLP afirmou que, pelas conversas que já manteve com as autoridades guineenses, entre elas com o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e com os parlamentares, "a Guiné-Bissau está preparada” para ratificar o acordo "muito brevemente".

"Para o Brasil seria até muito bom saber que a Guiné-Bissau ratificou o acordo em vésperas da visita do presidente (Malam Bacai Sanhá) ao Brasil", declarou Moreira, que lembrou as promessas de ratificação para em breve feitas recentemente pelo premiê guineense.

Bacai Sanhá deverá visitar o Brasil pela primeira vez em dezembro.

Perguntado sobre as vantagens de o país africano ratificar o acordo, Moreira afirmou que "são várias e em todos os domínios".

"O país que não assumir o acordo ortográfico corre o risco de ficar de fora da comunidade lusófona", destacou o embaixador, dando exemplos das dificuldades que os estudantes poderiam ter.

"Imagine que a Guiné-Bissau mantivesse a escrita do português e os outros países avançassem para o acordo ortográfico, qual não seria a dificuldade que os seus alunos teriam em um país onde o acordo está em vigor", exemplificou o diplomata.

"Um aluno naquelas circunstâncias que fosse estudar, por exemplo, em Brasil, Portugal ou Cabo Verde chumbava logo (seria reprovado), e isso não seria nada bom para a Guiné-Bissau", disse Moreira.

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