Brasil intensifica diálogo com África sobre segurança alimentar

Durante três dias, brasileiros e africanos discutem o incentivo ao desenvolvimento rural como medida imediata e eficiente no combate à fome.

Da Redação Com Portugal Digital

Acontece nesta segunda-feira, dia 10 no Palácio do Itamaraty, em Brasília, um encontro que para discutir as formas de promover a agricultura, a segurança alimentar e o desenvolvimento rural, nos marcos da cooperação sul-sul. Trata-se do Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural.

A abertura, feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve ser seguida pelo Diretor-Geral da FAO, Jacques Diouf, e pela diretora executiva do PMA, Josette Sheeran. O evento conta ainda com a presença de ministros de Agricultura e Desenvolvimento Rural africanos e de representantes de organizações internacionais dedicadas aos temas da agricultura e da segurança alimentar.

A realização da cúpula visa identificar e analisar as iniciativas para a intensificação da cooperação entre o Brasil e os países africanos. Essa proposta foi anunciada no ano passado, durante a Cúpula da União Africana, realizada em Sirte, Líbia, em que o presidente Lula lançou uma iniciativa para a realização no País de uma reunião de ministros de Agricultura do Brasil e dos países africanos.

Ainda durante a manhã, a sessão contou com exposições do vice-presidente do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Yukiko Omura, do vice-presidente do Banco Africano para o Desenvolvimento (BafD), Kamal El Keshen, e está prevista a presença da Comissária de Agricultura da União Africana, Rhoda Peace Tumusiime.

De acordo com Yukiko Omura, ao manter o diálogo, o FIDA pode ajudar a impulsionar importantes debates sobre a pobreza rural, promovendo parcerias frutíferas, melhores instituições e boas práticas de desenvolvimento rural em todo o hemisfério sul. Ele ainda antecipa que esta conferência proporciona um excelente ambiente para que se aprenda com os pequenos agricultores, ONGs, funcionários do governo e representantes do setor privado e em seguida a usar essas lições para criar novas parcerias, abrir novos mercados e compartilhar tecnologias em toda a região.

Após o almoço, as comitivas seguirão para a sede da Embrapa, onde assistirão a diversas apresentações sobre projetos brasileiros em execução e outros em andamento. O final da tarde estará reservado para a inauguração, pelo presidente Lula, do Centro de Estudos Estratégicos e Capacitação em Agricultura Tropical da Embrapa, seguida de uma visita, às 17h30, à Vitrine Tecnológica da Embrapa.

No segundo dia será apresentado um painel sobre "A segurança alimentar e nutricional na África e no Brasil", com a participação dos diversos ministérios.

Um segundo painel debaterá o "Desenvolvimento rural, extensão e pesquisa na África e no Brasil", com apresentações dos ministérios, da Associação Brasileira de Emateres e da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior, também com a participação dos ministros africanos. Em seguida virá uma apresentação sobre biocombustíveis (Casa Civil / MRE), que também conta com a participação dos ministros africanos.

No último dia do encontro, um painel intitulado "Instituições, Cooperação, Financiamento e Cooperativismo", traz exposições do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Banco do Brasil (BB), Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Banco do Nordeste (BNB), Organização das Cooperativas brasileiras (OCB), Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro Empresas (Sebrae) e Banco Mundial.

A cooperação técnica entre o Brasil e a África tem aumentado nos últimos anos. Segundo dados do governo federal, o continente recebe atualmente cerca de 60% dos recursos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) destinados à cooperação internacional. Existem 50 projetos na área de segurança alimentar operados pela ABC, em 18 países africanos. Como grande exemplo dessas ações bem sucedidas está a abertura de um escritório da Embrapa no Gana, o que constituiu um marco da cooperação agrícola prestada pelo Brasil aos países de África.

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