Brasil e Angola querem a Federação dos Jornalistas da CPLP

Em dois meses, os jornalistas pretendem criar a nova entidade que vai auxiliar na estrutura de jornais e formação de profissionais nos países de língua portuguesa.

Por Odair SeneMundo Lusíada

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>> Representantes do Banco Banif com jornalistas brasileiros e angolanos, na sede do banco.

 

Durante a visita de uma comitiva de jornalistas angolanos em São Paulo no final de julho, foi divulgado a intenção da criação, nos próximos dois meses, da Federação dos Jornalistas da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).

De acordo com Alcinir Antonio do Carmo, da FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas) e Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, além da intenção de conhecer como funciona uma Bolsa de Valores, os jornalistas angolanos vieram ao Brasil com intuito de progredir neste projeto. "Nós temos em comum a língua, e nosso código de ética fala bem dessa questão de preservar a língua portuguesa, que também é dos nossos colegas portugueses e africanos da CPLP. Este encontro em São Paulo, trazendo esses colegas de Angola, é mais uma etapa do esforço de construção da Federação dos Jornalistas da CPLP" afirmou Carmo ao Mundo Lusíada.

A intenção desta Federação é congregar os jornalistas dos países lusófonos e reunir "lideranças sindicais e associações da classe para poder discutir questões comuns, de direito, questão de organização, de melhoria da profissão, de defesa do nosso idioma, da lusofonia, isso é muito importante".

A Federação dos Jornalistas da CPLP também auxiliaria na questão de estrutura. Já a partir de setembro, alguns profissionais brasileiros de imprensa deverão iniciar uma programação ministrando palestras e cursos para jornalistas, professores de jornalismo e alunos em Angola.

"Daqui há dois meses, nós vamos criar uma Federação dos Jornalistas das Comunidades dos Países de Língua Portuguesa. Todos os colegas estão engajados neste projeto, Angola, Portugal, Brasil, São Tomé, Moçambique, Guiné-Bissau, e Cabo Verde" defendeu Messias Constantino, presidente da Associação de Jornalistas Econômicos de Angola (AJECO).

Segundo ele, o maior problema na área jornalística em Angola é a formação e o conhecimento. "Por isso queremos apanhar a experiência dos brasileiros para potencializar os nossos jornalistas" afirmou Constantino, sobre a estadia deles em São Paulo, uma parceria entre a AJECO, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e Federação Nacional dos Jornalistas, elogiando a figura de Alcinir Antonio do Carmo, no apoio à estadia e visitas em São Paulo.

Constantino ainda defendeu que a Federação da CPLP irá facilitar o projeto de especialização nos países do idioma. "Porque em português nós nos entendemos. E nada melhor do que o Brasil, através do Sindicato e da Federação. Ao nível de países de língua portuguesa, Angola e Brasil vão caminhar com as mãos bem dadas para este projeto"."Agora é o momento mais oportuno, estamos maduros e temos um compromisso entre nós, desenvolvermos e preservarmos nosso idioma, que é nossa pátria, e vamos divulgá-lo" defendeu Carmo.

Papel do jornalistaNesta visita ao Brasil, os jornalistas não estiveram acompanhados por representantes do governo ou de Câmaras. Para Alcinir do Carmo, este será o próximo passo. "O papel agora é levar essas informações aqui obtidas e colocar esse interesse de investimento para que desperte nas autoridades competentes da área do comércio, diplomática, de governo, algum programa para que possa proporcionar essa interação. Por isso ainda não vieram, mas depois deste estímulo com certeza virão" defende Carmo, citando ainda o papel do jornalista. "Esse é nosso papel como mediador da informação, tentar agregar esses interesses para que os países e sobretudo suas populações possam ter um salto na qualidade de vida".

Durante a visita a São Paulo, os jornalistas angolanos tiveram a oportunidade de conhecer como é a cobertura dos colegas brasileiros da área econômica. Depois de uma reunião na sede do Banco Banif em São Paulo, esteve previsto ainda uma visita na Bolsa de Valores de São Paulo, além de uma visita na redação do Jornal Valor Econômico e da Revista Exame, da Editora Abril, com intuito de interagir com jornalistas da área. "Nós estamos em alguns aspectos mais adiantados, mas eles também têm muita coisa a nos ensinar. É importante a interação, nós aprendemos e ensinamos". Eles ainda conheceram uma iniciativa da UNESP, com o lançamento da primeira TV Digital Educacional, o que poderá resultar em programas que poderão ser distribuídos aos países de língua portuguesa.

"Estamos fazendo uma conjunção de interesses, para que eles também contribuam com suas matérias na questão da economia. E há ainda, por parte do Dr. Julio Rodrigues, presidente do Banco Banif e da Casa de Portugal de São Paulo, a intenção de montar em São Paulo uma sessão da Câmara de Comércio Brasil-Angola para agregar os interesses e as pessoas. E temos interesse que isso aconteça, não só jornalistas mas de modo geral os empresários, aproveitar essa oportunidade que Angola, nesse crescente de economia, oferece" defende Carmo.

 

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