Angola e Portugal querem reforço da cooperação econômica e criam Observatório de investimento

Mundo Lusíada
Com Lusa

Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, e presidente angolano, no palácio presidencial durante sua visita oficial a Angola, 17 Novembro. Foto: BRUNO FONSECA/LUSA
Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, e presidente angolano. Foto Arquivo: BRUNO FONSECA/LUSA

O governo angolano prevê um reforço da cooperação com Portugal por causa das boas relações políticas. E quer promover mais parcerias entre empresas angolanas e portuguesas.

O ministro da Economia de Angola, Abraão Gourgel, falou esta terça-feira que prevê um reforço da cooperação econômica com Portugal, fruto do atual nível das relações políticas e da firmeza dos empresários de ambos os países.

O governante angolano discursava na abertura do primeiro Fórum Empresarial Angola-Portugal, que reúne em Luanda cerca de 600 empresários dos dois países para promover oportunidades de negócios, através do aprofundamento de parcerias entre empresas angolanas e portuguesas.

“As perspectivas de cooperação entre Portugal e Angola são hoje boas, uma vez que se perfilam sob um quadro político caracterizado por relações muito próximas entre os dois países, pela firmeza da vontade dos empresários das partes em promover a cooperação em todos os domínios e por um volume ainda maior de negócios e parcerias”, enfatizou o ministro angolano.

Pouco antes de assinar, conjuntamente com o ministro português da Economia, António Pires de Lima, o acordo para a criação do Observatório dos investimentos angolanos em Portugal e portugueses em Angola, Abraão Gourgel sublinhou o peso crescente das trocas comerciais e investimentos entre os dois países, admitindo uma “profícua colaboração e cooperação empresarial e econômica”.

“Portugal sempre foi um parceiro privilegiado de Angola, em termos de comércio e de investimento, mesmo nos tempos difíceis da guerra”, apontou o ministro angolano.

As exportações portuguesas para Angola aumentaram entre 2010 e 2014 a uma taxa média de 14,2% ao ano, enquanto as vendas angolanas a Portugal cresceram mais de 40%, no mesmo período, sobretudo petróleo bruto.

Ainda assim, enfatizou Abraão Gourgel, as trocas comerciais entre os dois países apresentaram em 2014 um saldo positivo para Portugal de 1.569 milhões de euros, devido às necessidades de importação angolanas para industrialização e face ao crescimento da classe média do país.

Segundo números de 2013, mais de 9.400 empresas portuguesas exportavam para Angola e cerca de 2.000, angolanas, são participadas por capital português.

O ministro da Economia defendeu ainda o estabelecimento de parceiras com empresários angolanos, nomeadamente por investidores portugueses, tendo em conta as dificuldades financeiras provocadas pela quebra nas receitas com a exportação de petróleo – que já provocou uma redução de 25% nas exportações portuguesas no primeiro trimestre do ano -, assumindo como “crítico” promover a diversificação da economia angolana além do petróleo.

Perspectivando um quadro de “fundadas expectativas favoráveis” no reforço das relações bilaterais, o governante recordou que Angola pode servir como porta de entrada dos produtos portugueses no mercado da África central e com Portugal a ser “porta de acesso” das empresas angolanas à Europa.

Além dos setores da construção civil, banca e energia, o Governo angolano prevê “promissoras” oportunidades de parcerias empresariais com investidores portugueses nos setores de materiais de construção, cerâmica, mobiliário, tecnologias de informação, seguros, saúde, agricultura, pescas, energia hidroelétrico, minas e turismo.

Apoio a PME em Angola
“Há mais de 300 empresas que estão a recorrer à linha de crédito para atividades em Angola. Estaremos atentos porque, se for necessário ampliar os 500 milhões de euros já disponíveis, assim o faremos, ou proporemos em Conselho de Ministros”, afirmou o Ministro da Economia.

“Esta linha de financiamento, operacional desde abril, serve também para apoiar as cerca de cinco mil empresas portuguesas que têm Angola como único destino das exportações”, acrescentou o Ministro, lembrando que a sua atividade está a ser afetada pela crise econômica “decorrente da forte quebra nas receitas com a exportação de petróleo”.

Acompanharam o Ministro nesta visita de dois dias os Secretários de Estado Adjunto e da Economia, Leonardo Mathias, e da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves.

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