À frente da CPLP, Portugal focará o idioma

Próxima Conferência da CPLP tem como tema central a promoção da Língua Portuguesa.

Mundo Lusíada

Segundo o ministro português das Relações Exteriores a presidência de Portugal da CPLP vai se focar no objetivo "essencial" da organização e promoção do idioma luso, algo que "foi negligenciado" nos 12 anos de vida da comunidade.

Em entrevista à Agência Lusa, por ocasião da 7ª Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Luís Amado recusou-se, porém, a responsabilizar os erros do passado, assegurando que as presidências de São Tomé e Príncipe e da Guiné-Bissau foram ambas "cumpridas com grande dignidade", apesar das dificuldades. "O que Portugal pretende é dar um novo impulso e uma maior dinâmica para atingir os objetivos importantes que estão traçados para os próximos dois anos", frisou.

Além da promoção do português no cenário internacional, para o que foi criado um fundo para a Promoção e Valorização do idioma luso, com um montante de 30 milhões de euros e aberto a mais contribuições, Luís Amado garantiu a permanência de Amélia Mingas à frente do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), "com mais meios financeiros e humanos".

Luís Amado, que assumirá quinta-feira a presidência do Conselho de Ministros da CPLP, substituindo Maria Conceição Nobre Cabral, chefe da diplomacia guineense, garantiu também que só o Senegal terá o estatuto de observador junto da organização, havendo já uma resolução nesse sentido.

Segundo o chefe da diplomacia portuguesa, também Marrocos solicitou a condição de observador junto da CPLP, decisão que, porém, soube a Lusa, não recolhe a opinião favorável de alguns Estados membros, como Angola, embora ainda sejam feitas todas as diligências para que o reino alauita de Mohamed 6° possa obter a unanimidade dos "oito".

Também já está confirmada a presença do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, que manifestou no passado a intenção de aprovar a Língua Portuguesa como um dos idiomas oficiais do pequeno país do Golfo da Guiné, condição para que, no futuro, possa tornar-se membro de pleno direito da CPLP.

Questionado pela Lusa sobre se a entrada de novos Estados para a CPLP não coloca em causa a própria essência da comunidade, o chefe da diplomacia portuguesa respondeu que a organização tem um "núcleo duro bem identificado", que são os países que têm o Português como língua nacional ou oficial.

A eventual entrada de países como membros de pleno direito ou com a condição de observadores constituirá "uma vantagem", uma vez que estão em discussão países que, de uma ou outra forma, "têm relações de vizinhança histórica com alguns dos Estados da CPLP", como os casos de Marrocos e Senegal. "Queremos potenciar o relacionamento lingüístico de vizinhança histórica e cultural, através da promoção do próprio português como língua internacional, uma vez que são já cerca de 240 milhões os seus falantes", acrescentou.

VII Conferência da CPLP O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva também participará da VII Conferência dos Chefes de Estado e Governo da CPLP, que acontece em Lisboa, dias 24 e 25 de julho. A Cúpula será precedida de reunião ministerial dos países da CPLP, tendo a delegação brasileira chefiada pelo Secretário-Geral das Relações Exteriores, Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães.

O tema central da Conferência de Lisboa será a Língua Portuguesa. Serão discutidas sugestões para o fortalecimento do uso do português no mundo – estímulos à sua utilização como idioma oficial em organizações internacionais, fomento ao ensino do português como língua estrangeira, e fortalecimento do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP).

Os Chefes de Estado e de Governo deverão também adotar resoluções, entre outras, sobre segurança alimentar, combate ao HIV/AIDS, circulação de bens culturais e o reforço da participação da sociedade civil na CPLP. Está prevista ainda a assinatura de Acordo de Cooperação Consular, estabelecendo as bases para que representação consular de um Estado-membro possa prestar assistência a nacionais dos demais Estados-Membros, em locais onde estes não disponham de consulado próprio.

Depois de uma proposta brasileira, segundo o Ministério brasileiro das Relações Exteriores, deverá ser estabelecido também o "Prêmio José Aparecido de Oliveira", para distinguir anualmente personalidades dos países-membros que tenham se destacado em áreas afetas ao trabalho da Comunidade. Com Agência Lusa

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