A celebração de bicentenário da Ilha de Moçambique

Ilha de Moçambique. Foto Unesco

Da Redação

A Ilha de Moçambique, Patrimônio Mundial das Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) completou 200 anos na última segunda feira. A Ilha é Patrimônio Mundial desde 1991, mas atualmente atravessa riscos naturais e de preservação.

A Unesco organizou uma cerimônia para celebrar o bicentenário da Ilha de Moçambique. Em entrevista à ONU News, o representante da Unesco- Moçambique, Moussa Elkadhum Djaffar, disse que é preciso celebrar e refletir sobre o futuro da Ilha.

“O aspecto importante é para sentar e pensar o futuro deste sítio que é uma ilha, uma cidade e um patrimônio mundial. Temos caraterísticas muito complexas na ilha, porque dentro desta ilha, desta cidade tem valores que são reconhecidos como valor universal, que precisa de ser protegido, então devemos pensar no futuro desta ilha na sua conservação e seu desenvolvimento.”

O representante da agência considera que para um melhor desenvolvimento da Ilha de Moçambique é necessário mapear e dar soluções face às prioridades do local.

“A Ilha tem o problema de erosão, de crescimento da população; o outro aspecto são as ruínas, a conservação dos edifícios que tem valor histórico cultural; os aspectos sobre a preservação do patrimônio cultural intangível, as danças, os cânticos que são as particularidades da ilha. A prioridade é o desenvolvimento econômico social da ilha e depois a proteção e preservação desta cultura.”

A gastronomia, a música, a feira de artesanato, a dança e outras atividades culturais marcam as festividades dos 200 anos de elevação da Ilha de Moçambique a cidade. A Ilha foi a primeira capital de Moçambique e fica situada no norte do país, na província de Nampula.

Jovens

Já no mês de maio, durante seis dias, um grupo de 18 jovens de países lusófonos esteve reunido na Ilha de Moçambique para debater o patrimônio mundial africano.

O encontro reuniu dois participantes de Angola, dois de São Tomé e Príncipe, dois da Guiné-Bissau, seis da Ilha de Moçambique, e seis de outras províncias do país, além de uma jovem da Namíbia que fala português.

O chefe de programas do Fundo Africano de Patrimônio Mundial, Albino Jopela, foi um dos organizadores do evento.

“O principal objetivo do fórum é juntar jovens que estejam, de alguma forma, envolvidos com patrimônio para debater várias questões. A principal delas é como é que se pode melhor integrar as perspectivas da juventude e motivar para ter um maior envolvimento em assuntos de conservação, preservação e promoção do patrimônio mundial em África. ”

Os jovens apresentaram os seus projetos individuais, com uma proposta sobre a apresentação e interpretação da ilha.

Foi ainda apresentada uma Declaração da Juventude, entregue às autoridades locais. Jopela diz que o documento, que foi elaborado e debatido ao longo do fórum, “inclui as ideias, perspectivas e aspirações da juventude, que ficam assim encapsuladas numa declaração. ”

Também uma marcha, passando por alguns pontos emblemáticos, apresentações de teatro e de associações culturais esteve na programação.

Este fórum acontece pela terceira vez. A primeira edição aconteceu em 2016 e foi dedicada aos países anglófonos de África. No ano passado, o evento foi dedicado aos países francófonos.

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