Verde Gaio comemora 55 anos e ganha novos trajes apresentados na 21ª Festa de Santoinho

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Por Odair Sene
Em 25 de junho, o Centro Cultural Português de Santos foi palco da comemoração de 55 anos de fundação do Rancho Folclórico Verde Gaio de Santos. A Festa de Santoinho (21ª edição realizada junto do aniversário) reuniu este ano cerca de 300 pessoas, e contou com uma apresentação especial do grupo pela apresentação dos novos trajes estreando nesta noite festiva. O protocolo foi do diretor social da casa Vasco Monteiro e a apresentação do grupo foi da diretora Ana Maria Gonzalez.
Logo após a canção de entrada, o grupo apresentou os trajes novos usados pela primeira vez pelo grupo, e na penúltima apresentação, os folcloristas embalaram os parabéns à você para marcar a comemoração. Numa rápida saudação do presidente José Duarte, no palco, ele lamentou a ausência do Sr. Armenio Mendes, que patrocinou os novos trajes apresentados, mas não pôde estar presente por um problema de indisposição. José Duarte parabenizou seus componentes e agradeceu ao grupo pela apresentação de uma música de sua região, Macieira de Cambra, uma vila e freguesia portuguesa do concelho de Vale de Cambra.

Diretora fala da sua história no Rancho
Há 25 anos no grupo, a apresentadora Ana Maria Gonzalez falou com o Mundo Lusíada sobre essa história. “Eu faço parte do Centro Cultural e comecei com o rancho há 25 anos atrás, quando minha filha mais velha começou no grupo com 7 anos, a Priscila, e foram se passando os anos, depois entrou a minha caçula Ana Carla e a Andressa, são as duas que continuam no grupo. À frente do grupo eu estou há 10 anos”, diz ela que divide o amor pelo folclore com a família.
“Quando entrei não imaginei que ficaríamos aqui tantos anos, mas sou filha de portugueses, e como boa filha de portugueses temos que continuar com as raízes e com a cultura. Estar aqui comemorando 25 anos é uma imensa satisfação, por todo trabalho que as pessoas por aqui já passaram tínhamos que continuar esse grande trabalho, como a dona Cleide que começou com as crianças, como Sr. Luis de Figueiredo, a própria Flávia que é filha do Sr. Pimenta e foi ensaiadora, Ana Carla Lemos também já passou como ensaiadora, nosso querido Jorge Manuel e atualmente a Lúcia. Então não podemos deixar morrer, o grupo já teve possibilidade de ir a Portugal durante três vezes, no auge do LP (o popular long-play) na época em que os rapazes iam para a gravadora para gravar as músicas, isso tomava muito tempo deles, e depois para tirar fotografias, escolher as fotos, olha era uma caravana”.
Mais recentemente, o grupo gravou CD e DVD lançado em 2010, uma época de auge para o Verde Gaio. O ano de 2013 foi marcado também por ter sido a terceira ida a Portugal, quando ficaram em Macieira de Cambra. “Temos hoje aqui pessoas que começaram pequenas como a nossa componente mais antiga, Elisabete, e agora o Edurado Kbeça, primo dela que retornou, mas começou mocinho aqui. Isso para nós é muito acolhedor receber essas pessoas de volta, como temos o Marcos Victor que começou jovem, na época Victor Pereira que hoje está na tocata, pai do Marcos era diretor, então essas pessoas estão todas conosco novamente. A gente costuma dizer que Verde Gaio é uma família, hoje a maioria dos componentes é pai, mãe e filhos, temos aqui avó que é minha mãe, eu e minhas filhas, e tem o Jonathan que é filho e nasceu no Verde Gaio”, disse como exemplos.
Atualmente, a situação financeira dos grupos folclóricos e casas portuguesas não é muito positiva. Por isso os apoios seja das entidades acolhedoras ou de patrocinadores, como doações de trajes folclóricos, como aconteceu recentemente, são todos sempre muito bem vindos. Ana fala sobre o apoio da diretoria e os recursos do grupo. “Nós trabalhamos muito nas festas, preparamos toda essa festa, temos o Alberto de Pinho que cuida da cozinha junto com Fontoura, mas toda parte decorativa, venda de convites, os componentes fazem isso e também corremos atrás de patrocínio porque não seria possível fazermos viagem”, diz ela contando que tinha agendado viagem para Maringá no Paraná com ajuda dos patrocinadores.
Trajes novos- Em 2014, o Verde Gaio foi apadrinhado mais uma vez pelo Sr. Armênio Mendes, que ofereceu ao grupo 12 trajes usados por eles nesta noite de aniversário. São trajes fabricados em Viana do Castelo. “São os trajes vermelhos, os trajes azuis e o traje preto. E os meninos também, todos com camisas novas. Tudo isso estamos mostrando ao público hoje nos 55 anos do grupo”, disse completando que o repertório conta com as canções apresentadas na última vindima, quando foram apresentadas as últimas canções novas do grupo.
O vice presidente da entidade, Alberto de Pinho falou ao Mundo Lusíada para explicar a tradição do “Santoinho” que a casa apresentou esta noite em sua 21ª edição. “Isso é uma tradição da região do Minho, em Portugal. A festa do Santoinho é sardinha, pão e vinho. Isso teve início há muito anos no Minho e para muita gente, 5 mil, 10 mil pessoas. É uma das mais tradicionais, bem antiga, tanto é que nós aqui já estamos fazendo a 21ª festa e fazemos uma demostração do que era lá no Minho, só para não perdermos a tradição”, disse ele que também parabenizou o Verde Gaio pelo aniversário dizendo que o Rancho não deixa nada a desejar em relação a outros e aos grupos de Portugal. Logo_Galeria-de-Imagens“Tudo isso que mantemos é para não perdermos o vínculo, a identidade, as tradições de Portugal”, referiu.
Com uma ótima frequência de público, o Centro Cultural encheu seu salão esta noite e serviu as famosas sardinhas portuguesas que, segundo o vice Alberto de Pinho, que é comerciante e o responsável pelos alimentos comparados na casa, teve um total de 120 quilos de sardinha comprados para este evento.

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