Turismo do Porto e Norte quer apostar na diáspora portuguesa e PALOP

Ainda, uma pesquisa apontou que cerca de metade dos emigrantes portugueses em idade ativa gostaria de regressar a Portugal para desenvolver projetos de turismo nas suas regiões natais.

 

Mundo Lusíada
Com Lusa

Turismo-Porto-Norte-PortugalO presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira, pretende unir a região para que se afirme nacional e internacionalmente, apostando nas comunidades portuguesas e nos Países Africanos de Língua Portuguesa, PALOP.

Reeleito na semana passada para dirigir a entidade, Melchior Moreira disse à Lusa que é necessário “apostar forte e promover estrategicamente a internacionalização do destino Porto e Norte de Portugal, não só através dos mercados clássicos europeus, como de outros mercados emergentes e que são cada vez mais importantes, como por exemplo o brasileiro, o asiático ou o americano”.

“[Precisamos] de ir ao encontro das comunidades de portugueses distribuídas pelos países da diáspora e de nos promovermos junto dos PALOP, cuja importância é crescente para Portugal”, declarou Melchior Moreira.

O presidente da entidade regional de turismo acrescentou ser necessário obter mais apoios junto do poder central para permitir a promoção de uma “região cuja notoriedade tem crescido e em função da qual se têm verificado nos últimos anos, em termos nacionais e internacionais, uma crescente procura, registando valores acima da média nacional”.

“É urgente que um destino fantástico como o nosso seja olhado de forma justa pelas entidades responsáveis e que em conjunto defendamos e valorizemos a marca Porto e Norte de Portugal, com verdadeiro orgulho e sem qualquer tipo de constrangimento”, realçou Melchior Moreira.

Além disso, o responsável da região de turismo disse ser necessário desenvolver o trabalho feito pelas Caves do Vinho do Porto, “insistir na diminuição” do IVA (imposto sobre o valor acrescentado) na restauração e do IRC (imposto sobre o rendimento coletivo) no setor e defender um “plano estratégico integrado e multissetorial para a região” disse, citando ainda a importância de inovar, potenciar e valorizar cada vez mais o turismo da região.

Emigrantes portugueses investiriam no turismo
Uma pesquisa apontou que cerca de metade dos emigrantes portugueses em idade ativa gostaria de regressar a Portugal para desenvolver projetos de turismo nas suas regiões natais.

O estudo desenvolvido na Universidade de Aveiro (UA) faz parte da tese de doutoramento da pesquisadora Rossana Neves dos Santos sobre “O regresso dos emigrantes portugueses e o desenvolvimento do turismo em Portugal”, que foi defendida no mês de fevereiro.

O trabalho resultou em um inquérito realizado entre julho e outubro de 2012, junto das comunidades portuguesas no estrangeiro, que contou com um total de 5157 respostas, sendo que a faixa etária mais representada é a dos 18 aos 39 anos (54,4%).

Segundo ela, cerca de metade dos emigrantes em idade ativa (49%) que foram inquiridos afirmou que gostaria de regressar a Portugal e fixar-se no local de origem e 29,4% mencionam também que é uma possibilidade, enquanto apenas 13% negam esse cenário.

“Os fatores mais importantes para que aqueles emigrantes tomem a decisão de regressar a Portugal são, sobretudo, poderem-no fazer com os filhos, terem um estilo de vida rural e exercerem uma atividade remunerada, por conta própria, no setor do turismo”, adiantou Rossana Neves dos Santos.

A área da hotelaria e outros serviços de alojamento surge no topo das preferências, seguida da restauração e serviços recreativos e outros serviços de lazer.

O projeto de doutoramento teve a colaboração de vários órgãos de comunicação social nacionais, regionais e dirigidos às comunidades portuguesas no estrangeiro, de alguns artistas de música portuguesa, tais como o Tony Carreira, Camané e Ana Moura, entre outros, e ainda de alguns órgãos oficiais ligados à emigração como consulados, embaixadas e o Observatório da Emigração.

Uma exposição mais detalhada com todos os resultados da investigação estará disponível num livro sobre “Turismo e Emigração”, a ser publicado ainda este ano.

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