Tradicional Vindima lota Casa de Portugal de São Paulo

Por Odair Sene Mundo Lusíada

Mundo Lusíada

>> Diretores da casa: Vasco Frias Monteiro, Ernesto Lemos, a diretora da casa Maria dos Anjos, Vitorino Fontinha e esposa Fátima Fontinha.

Uma das casas portuguesas mais importantes do país, a Casa de Portugal de São Paulo preparou, em 20 de março, uma típica Festa da Vindima. Tradicional da cultura portuguesa, o evento traz ao público uma representação da colheita e pisa das uvas, tipicamente como era realizado em Portugal, na produção do vinho, porém, animada com muita música portuguesa, danças folclóricas e a culinária lusitana que esteve aos cuidados do “O Marquês Buffet”, comandado pelo Mauro Fernandes.

O Grupo Folclórico da Casa de Portugal de São Paulo deu um show no palco da entidade e foi efusivamente aplaudido pelo excelente público presente. Como convidado dançou o Grupo Folclórico da Associação Atlética Portuguesa Santista, que é afilhado do Grupo luso-paulista. Por problemas de saúde, alguns componentes da Portuguesa Santista não puderam comparecer. O grupo esteve incompleto, principalmente a parte da tocata, a qual foi completada com componentes do Grupo Folclórico da Casa de Brunhosinho de São Paulo.

Antes da apresentação dos grupos, o diretor de folclore da entidade, Ernesto Lemos pediu a todos que ficassem de pé, para um minuto de silêncio em memória do folclorista Manuel Fernandes, que faleceu no início de março, numa iniciativa repetida em várias casas portuguesas de São Paulo.

Após a apresentação do grupo da casa, e do convidado de Santos, os presentes assistiram a animadíssima colheita e pisa das uvas, no palco da casa, ao som da tocata, tudo regado a vinho português e com boa interatividade do público. Depois a distribuição de cestas de uvas para todos os convidados. No palco, além das uvas e do vinho, o público degustava os pães, linguiças e demais petiscos típicos.

Tradição De acordo com o diretor social Vasco de Frias Monteiro, a Casa de Portugal de São Paulo foi a primeira a trazer a Vindima de Portugal. “Em São Paulo, a primeira vindima foi feita aqui na Casa de Portugal. Naquela época veio o Grupo Folclórico da Casa do Minho do Rio de Janeiro, logo quando iniciamos o Grupo Folclórico da Casa de Portugal. Eles trouxeram algum conhecimento para fazermos a parreira”, falou Vasco ao Mundo Lusíada, citando a estrutura montada para colocação dos cachos de uvas, para serem colhidos durante o evento.

O diretor disse que esta é uma tradição mantida durante mais de três décadas de folclore na entidade, que teve alguns anos sem o evento, mas, conforme Vasco Monteiro, agora faz parte da agenda anual da casa. “Haja vista que estamos com salão completamente lotado, mesmo tendo mais duas festas portuguesas hoje em São Paulo”, disse.

E para esta “brincadeira”, a entidade trouxe 800 quilos de uvas brasileiras. Nesta festa, apesar de não ser na época da vindima em Portugal que é entre agosto e setembro, a casa usava nas primeiras edições a uva vinda de Portugal. Assim como para a realização da Festa da Cereja, a casa trazia a fruta também de Portugal.

Em termos de saudosismo este tipo de festa traz para muitos portugueses ali presentes uma lembrança da sua infância, apesar de não ser mais a forma de se fazer vinho em Portugal (atualmente existe um “turismo” voltado para os que queiram experimentar esta produção artesanal, em lugarejos do Douro, por exemplo, os quais recebem até mesmo estrangeiros para a Festa da Vindima, com a presença de grupos folclóricos portugueses locais).

Porém antigamente, esta produção existia e eram as famílias e a vizinhança que se reuniam para a pisa das uvas. “Antigamente reuniam-se 50/60 ou até 100 pessoas dentro de um lugar, ficavam por lá, 8, 10 horas, todo mundo pisando nas uvas e tocando concertina, para fazer o vinho. Depois da vindima, se tocava e dançava em terreiros, depois de toda a brincadeira”, conta Vasco Monteiro dizendo que hoje praticamente não se faz mais isso, até porque esse processo foi todo automatizado.

Folclore de Santos O diretor de folclore da CP Ernesto Lemos apresentou no palco o Grupo Folclórico da Casa de Portugal e recebeu como convidado o grupo afilhado, da Associação Atlética Portuguesa Santista. Por problemas de saúde, alguns componentes do santista não puderam comparecer. O grupo esteve incompleto, principalmente a parte da tocata, complementada pelo Grupo Folclórico da Casa de Brunhosinho de São Paulo.

“Há cerca de dois anos tivemos lá na Portuguesa Santista, e é uma honra pela primeira vez eles estarem aqui na casa. Já tínhamos convidado algumas vezes, mas eles achavam que não tinham condições de se apresentar na casa ainda. Hoje eles vieram e fizeram uma apresentação muito bonita”, contou Ernesto Lemos.

Já o grupo da casa apresentou-se completo, com 12 pares. Ernesto Lemos diversificou algumas músicas do repertório que, segundo ele, fazia tempo que o grupo não dançava. A mudança recebeu elogios de alguns mais atentos. “Nosso grupo tem um repertório muito grande e nós de vez em quando modificamos. Tivemos até mesmo uma das músicas que estes componentes dançaram pela primeira vez, o Vira de São Benedito”, disse Lemos.

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