Rancho Folclórico Camponeses de Portugal completa 39 anos

Por Ígor Lopes

O Clube Camponeses de Portugal comemorou 39 anos de fundação do rancho folclórico da casa. O evento aconteceu no dia 20 de novembro, na sede campestre do clube, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. A festa contou com a presença do presidente da Federação Portuguesa de Folclore, Fernando Ferreira, que aproveitou para avaliar a apresentação desse rancho, o que pode valer ao grupo a sua federação.
Para marcar essa data, o clube promoveu um festival de folclore que contou com o apoio de centenas de pessoas. Em palco, atuaram os ranchos Guerra Junqueiro (Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro), Casa de Viseu, Arouca Barra Clube, Lavradeiras de Portugal (Casa Aldeias de Portugal) e o rancho da casa.
Segundo o presidente do Camponeses de Portugal, Manuel Coelho, o rancho da casa nunca sofreu nenhuma interrupção no seu trajeto durante quase quatro décadas. Para ele, a apresentação do grupo serviu também para mostrar, novamente, os trajes novos.
“Procuramos mostrar ao público a mudança que foi feita nesse rancho. Fizemos um trabalho de recolha (pesquisa sobre hábitos e costumes de uma região) de folclore na região Douro Norte, a qual representamos em trajes, danças e cantares. Hoje, foi uma amostra do nosso trabalho ao presidente da Federação”, comenta Manuel Coelho.

O presidente da casa portuguesa recordou o início do grupo e garantiu que as mudanças que ocorreram têm um fundamento. “Temos muitas recordações. O começo foi difícil. Tudo era um sonho. Esse grupo passou por cinco mudanças de trajes nesses anos de existência. Mas partimos para o caminho correto, o qual é apregoado pela Federação”, sublinha Manuel Coelho, que enfatiza que os componentes estão “entusiasmados com essa mudança”.
Este responsável revelou ainda que o principal objetivo, neste momento, é obter um lugar na Federação de Folclore Português. “Estamos preparados. Fizemos um trabalho de pesquisa junto ao grupo de Zebreiros, em Gondomar”, completa.
Durante o festival de folclore, o grupo Guerra Junqueira, da casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, também se empenhou para chamar a atenção do presidente da Federação, já que o rancho ainda não é federado. No entanto, Manuel Coelho garantiu que não existe nenhuma rixa entre os ranchos que disputam essas “vagas”.
“Em folclore, não pode haver rivalidade. Cada um representa a sua região e a defende. O folclore é a arte do povo, não é competição nem disputa. Mas quando vamos para o palco, devemos fazer um bom espetáculo”, argumenta.
O presidente da Federação de Folclore Português, Fernando Ferreira, disse que para que um grupo seja federado, é preciso obedecer a alguns requisitos, como mostrar, exatamente, as vivencias da região que representam.
“Se um grupo representa Viseu, não podemos ver os seus trajes mostrando costumes que não são os de Viseu. O grupo não pode se vestir ao gosto do componente. Os componentes têm que entender o que é representar. Não queremos que sejam grandes atores, mas queremos que representem uma época específica. É uma questão de trabalho e de compreensão dos jovens. Isto está muito nas mãos da direção técnica dos grupos, que têm que adquirir conhecimentos”, reflete Fernando Ferreira.
O responsável pela Federação explica que, em Portugal, para um grupo ser federado, são avaliados dez domínios, que passam pela recolha de informação e registro dessa recolha. Mas, nas comunidades portuguesas, é exigido excelência somente em canto, dança e traje.
Antes do festival, a típica música de Fernando Santos, conhecido como o Mago da Sanfona, animou a plateia.

Natal em destaque

O clube vai realizar, no dia 18 de dezembro, o evento Natal Luz, na sua sede campestre. Considerado como uma das maiores festas da casa, quem for prestigiar esse acontecimento poderá ver a iluminação de natal, o típico bom velhinho entregando presentes para as crianças e uma mesa de 15 metros de comprimento com iguarias natalinas. O show fica por conta do rancho da casa e do conjunto Vilacondenses e Santos na Sanfona.