Cantor popular português, filho de paulistano, esteve se apresentando em São Paulo, Santos e Campinas, e retornou a Casa de Portugal do Grande ABC mais de uma década depois, reencontrando amigos.
Mundo Lusíada
Popular cantor português, conhecido nas comunidades portuguesas em diversos países do mundo, Quim Barreiros esteve no Brasil para alguns shows e reuniu grande público por onde passou. Na noite de 19 de novembro, na Casa de Portugal do Grande ABC, não foi diferente, onde há 12 anos esteve em apresentação.
Antes do show, Quim Barreiros recebeu muitos convidados no camarim, entre eles o cantor sertanejo Marciano, além de muitos amigos da imprensa luso-brasileira. A vontade como se estivesse em casa, recebeu e cumprimentou amigos de velha data, antes de subir ao palco.
Filho de paulistano, de Perdizes, Quim Barreiros falou ao Mundo Lusíada sobre o retorno a terra do pai. “Emoção, porque realmente a minha família nasceu toda aí, viveram, tiveram seus sonhos e foram infelizes também” diz ele relatando uma altura em que seu avô faleceu na Beneficência Portuguesa de São Paulo, e sua avó se viu sozinha com quatro filhos pequenos tendo que voltar para Portugal.
De todos os filhos, o seu pai foi o único que ficou em Portugal, os demais voltaram para o Brasil. “Meu pai com 92 anos é sanfoneiro como eu, e ainda toca” disse Quim, que outro dia perguntava ao pai onde ele nasceu, e ainda se lembrando de São Paulo citou Perdizes, Lapa e Av. Pompéia. “A certidão de nascimento do meu pai é de São Paulo” diz o cantor português que tem sua família em Portugal no Alto Minho, mas simplifica o seu retorno ao Brasil em uma palavra: “Raízes”.
E apesar do longo período sem apresentações por aqui, já que o cantor popular demorou 12 anos para voltar, Quim tem estado em muitos países pela comunidade na diáspora. “Tenho andado por todo o mundo. Austrália, Canadá, América, Europa, África do Sul. A comunidade é muito grande, e o próprio país me consome muito tempo” afirma.
Conhecido e reconhecido em diversos países pelo humor em suas canções, sempre acompanhadas de duplo sentido, Quim Barreiros diz que essa é uma característica dos portugueses. “Isso é bem nosso, fomos nós que trouxemos isso ao Brasil. Quem me explicou muito bem isso foi o Luis Gonzaga, há muitos anos no Rio de Janeiro, veio falar comigo sobre isso. As vossas raízes, o duplo sentido, os sanfoneiros, veio de Portugal”. Citou ainda o cantor brasileiro Zé Nilton que também gravou muita música neste duplo sentido, hoje é um amigo de Quim Barreiros, citou.
E o seu sucesso é garantido. Em todos os anos ele grava um ou dois discos novos. “Temos portugueses espalhados por todo o mundo, e eles gostam de coisas sérias, e também gostam de sacanagem porque isso não dá sono. Vais conduzir um carro, ouve isso e está a rir. Isso é muito bom, alias devia ser obrigatório todos terem no carro um disco de sacanagem” brinca.
No palco, Quim Barreiros acompanhado de mais três músicos quis manter as luzes acesas, e pode conferir a empolgação de alguns convidados intercalada às risadas de outros, com as suas letras. No repertório, as mais conhecidas músicas do Quim Barreiros, em meio a novas canções que o artista ensaia com a plateia antes de canta-la, ensinando a nova letra. Além de desgarradas conhecidas da comunidade local e dos folcloristas. Durante sua curta digressão, o cantor português esteve ainda no litoral paulista, para um show em Santos, em Campinas e na capital.
“É um cantor carismático, popular, muitos gostam e outros não. Mas encheu a nossa casa. Ele já veio cantar aqui 12 anos atrás e agora volta a Casa de Portugal” diz o presidente da entidade Paulo Freitas que nesta noite recebeu cerca de 550 pessoas, servindo o seu famoso bacalhau.
Na sequencia deste evento, a entidade ficou na expectativa de receber outro grande cantor popular, menos conhecido no Brasil mas semelhante ao estilo de Quim, o Augusto Canário para o seu almoço de 03 de dezembro, encerrando os almoços na casa. “Depois disso, vamos confraternizar num navio, em 09 de dezembro. E o grupo já aumentou” revelou Freitas.