Portugueses da diáspora acreditam que o país não sabe governar desde 1974, diz estudo

“A diáspora é hoje mais do que nunca, graças às novas redes sociais e aos novos meios de comunicação, um meio poderoso de perspectivar os problemas e os bloqueios do país”.

 

Mundo Lusíada
Com Lusa

ConselhoDiasporaPortuguesaO presidente da República, os ministros e os deputados são os três grupos sociais em que os portugueses que vivem fora de Portugal têm menos confiança, segundo os resultados preliminares de um novo estudo.

Mais de 1.070 portugueses residentes em 59 países participaram no estudo “O Sistema Político-Partidário em Portugal visto pela Diáspora Portuguesa”, realizado por André Corrêa d’Almeida, professor adjunto da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, e diretor executivo do The Earth Institute, e foi realizado no âmbito da Sustainable Development Solutions Newtwok, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas que apoia soluções de desenvolvimento sustentável.

O investigador explica que “esta iniciativa tem como fim contribuir para a modernização do sistema político-partidário em Portugal” e que é um “contributo para uma reflexão 40 anos após o 25 de Abril.” André diz que as conclusões mais relevantes dizem respeito à “prioridade para alteração de aspetos institucionais existentes e novas reformas” e aos “níveis de confiança nos diferentes agentes sociopolíticos.”

O inquérito avaliou em que grupos sociais os participantes mais confiavam. Em primeiro lugar, com cerca de 80% de aprovação, surge a família, seguida dos cientistas. Nos últimos três lugares, com menos de 30% de aprovação, estão o Presidente da República, os ministros e, por fim, os deputados.

Outra questão, cujos resultados foram agora divulgados, diz respeito às mudanças políticas que mais beneficiariam o país. Os participantes decidiram que, em primeiro lugar, se deviam aumentar as penalizações por más decisões políticas, e, logo depois, que deviam ser criadas novas entidades reguladoras independentes e reformar todo o sistema democrático.

André Corrêa de Almeida diz que “numa altura em que se debate sobre o sistema político-partidário em Portugal, importa muito tornar presente na vida nacional a perspectiva da diáspora para que esta seja ainda mais participante ativa e direta.”

O investigador defende que “a diáspora é também, hoje mais do que nunca, graças às novas redes sociais e aos novos meios de comunicação, um meio poderoso de perspectivar os problemas e os bloqueios do país por via quer do distanciamento e internacionalização de referências.”

O autor garante que, até ao final de fevereiro, serão partilhadas outras duas partes do estudo. “Seguir-se-á um período de partilha dos resultados completos com todos os deputados da Assembleia de República para que se possa recolher informação”, explica ainda o investigador, adiantando que este período de consulta deve estar concluído no final de maio.

Resultados
As propostas que reuniram mais consenso foram a proibição dos deputados acumularem as funções com empregos no setor privado (91,3%), a ideia de que o país não se tem sabido governar desde 1974 (91%), a necessidade de mudar o sistema de financiamento dos partidos (86,7%), a redução do número de deputados (85,4%), o agravamento das penas para más decisões políticas (85%) e a atribuição de mais poderes aos tribunais para investigarem e acusarem políticos (81,7%).

Menos consenso reuniram propostas como a atribuição de mais poderes à Assembleia da República para supervisionar a atividade do governo (72%), um sistema eleitoral que permita o voto direto em candidatos (69,5%) ou a inclusão de um teto máximo para o défice na Constituição (66%).

Finalmente, as propostas que reuniram menos apoio foram a ideia de que os partidos deveriam concorrer entre si e com outras organizações civis por financiamento público (57,8%) ou que se devia manter o atual modelo democrático em que o presidente não supervisiona o governo diretamente (48.2%).

1 Comment

  1. E triste enviar este comentário.Portugal não soube governar desde que havia guerra em Angola,Moçambique,e Guine.Governado pelo Antônio Salazar,e pelo Américo Tomaz.Ambos não queriam redes social com eles.Depois apareceu um Homem que não tinha medo Chamado SPINULA.Esse homem conseguiu acabar com a guerra de Angola e Moçambique,e Guine.Nessas Provincias morreram muita gente,E foi através do acabamento dessa guerra,que terminou o Fascismo.Esse homem terminou tudo em 25 de Abril de 1975 Derrobou o Presidente Américo Tomaz.E foi a partir dessa altura que Portugal era independente.Começou a ser amigo das províncias ultramarinas.E muitas pessoas foram de Portugal,para essas Provincias.E foi nessa altura que regressou Mario Soares,e mais alguns Politicos,que estabeleceram a Democracia num conjunto.Mais tarde há a primeira Eleição,que Mario Soares ficou em 1 Ministro,e no segundo ano passou a Presidente,nao fez nada para que o Pais evoluísse.
    Este e o meu comentário,porque sou português de nascença.

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