Portugal decreta contratação de enfermeiros estrangeiros de “especial interesse público”

Da Redação
Com agencias

O Governo português decretou neste dia 18 de “especial interesse público” a contratação de enfermeiros estrangeiros no âmbito do combate à pandemia de covid-19, depois da providência cautelar interposta pela Ordem dos Enfermeiros.

“O Conselho de Ministros aprovou hoje uma resolução fundamentada que decreta o especial interesse público da manutenção das disposição relativas à contratação de enfermeiros estrangeiros constantes no decreto que regulamenta o estado de emergência no âmbito da providência cautelar interposta pela Ordem dos Enfermeiros”, afirmou a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, na conferência de imprensa realizada no final da reunião.

Também no comunicado do Conselho de Ministros, o Governo sublinha que “a resolução fundamentada define como absolutamente crucial a aplicação das normas visadas, permitindo que, face ao aumento significativo do número de doentes internados em consequência da pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2, se contratem, em função das necessidades sentidas, todos os enfermeiros que o presente momento impõe”.

A contratação de enfermeiros formados no estrangeiro estava suspensa provisoriamente por causa de uma providência cautelar interposta pela Ordem dos Enfermeiros (OE) no Supremo Tribunal Administrativo, em janeiro, existindo a possibilidade da Presidência do Conselho de Ministros (PCM) – responsável pela elaboração da legislação –, apresentar uma resolução fundamentada para tentar reverter a situação.

A providência cautelar da Ordem dos Enfermeiros visava o decreto do estado de emergência que facilitou, no fim de janeiro, a contratação de enfermeiros formados no estrangeiro, sem reconhecimento de competências pela Ordem e sem exigência na obrigação de falar português, e segundo a Ordem, hospitais não têm mecanismos para garantir a veracidade da formação acadêmica apresentada pelos estrangeiros.

Na conferência de imprensa, a ministra afirmou aos jornalistas que a decisão de contratar enfermeiros estrangeiros “foi tomada por ser considerada urgente e necessária”, sendo, por isso, “uma decisão excecional e não uma decisão corrente”.

“Aquilo que aqui fazemos foi habilitar a que se possa responder isso mesmo em tribunal. Eu considero que não pode haver nenhuma resposta mais política do que esta. Aquilo que nos cabia era responder da melhor forma possível com o maior número de recursos humanos à situação que vivíamos”, sustentou.

Mariana Vieira da Silva disse ainda que ao Estado “cabe definir todas as formas possíveis” para ajudar a reforçar o Serviço Nacional de Saúde “neste momento difícil e isso foi sendo feito ao longo do tempo com diferentes instrumentos”.

O estado de emergência decretado em Portugal em janeiro, devido à pandemia de covid-19 trouxe, além de novas restrições e limitações nas fronteiras, contratação de profissionais de saúde estrangeiros com um mínimo de cinco anos de experiência na área clínica.

Em Portugal, morreram 15 mil pessoas dos 792 mil casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Já a Ordem dos Médicos criticou, na última semana, o Sistema de Saúde considerando que os 140 médicos aposentados que se ofereceram para ajudar no combate à pandemia merecem “mais respeito” e lamentou que a maioria dos quase 5.700 que se disponibilizaram ainda não tenham sido mobilizados.

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