No Brasil, Passos Coelho diz que Portugal deve mostrar capacidade para atrair investimento

Passos Coelho em São Paulo. Foto Odair Sene - Mundo Lusiada
Passos Coelho em São Paulo. Foto Odair Sene – Mundo Lusiada

Mundo Lusíada
Com Lusa

No Brasil, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse que Portugal deve mostrar capacidade para atrair investimentos externos, num evento com a comunidade portuguesa residente em São Paulo.

“Temos a ambição de aumentar as nossas possibilidades de crescimento, mas precisamos de parceiros. Quando uma empresa não tem dinheiro para fazer investimentos, ela procura um sócio. No caso de Portugal, queremos sócios que acreditem na capacidade que temos para fazer dinheiro”, declarou na noite de sexta-feira.

Num discurso que durou pouco mais de vinte minutos diante de uma plateia formada por empresários e membros da comunidade luso-brasileira, o líder do PSD afirmou que Portugal está numa situação melhor da que a que ele encontrou em 2011.

“As dificuldades forçaram-nos a olhar o mundo de forma diferente. Hoje temos um Portugal muito mais aberto e competitivo, que depende menos do Estado do que antes”, apontou.

Passos Coelho também salientou que apesar de ser presidente de um partido que faz oposição ao Governo, os seus projetos não dependem do fracasso político daqueles que estão administrando o país.

“A política tem um papel decisivo num país. Nós podemos ter os melhores funcionários e as melhores matérias-primas, mas se não soubermos reunir estas capacidades não atingiremos os objetivos. As nações que têm grandes lideranças políticas são aquelas com maior desenvolvimento”, concluiu.

Durante o dia, o presidente do PSD esteve com membros das comunidades portuguesas que vivem na cidade de Santos, município do litoral de São Paulo, e no Rio de Janeiro. Confira a matéria completa na próxima edição do Mundo Lusíada.

Emigrantes
Durante sua visita, Passos Coelho afirmou o interesse crescente das comunidades portuguesas residentes no estrangeiro por Portugal, num jantar realizado no Rio.

“O meu contato com as comunidades portuguesas visa sobretudo sublinhar a importância que o PSD dá, apesar de estar hoje na oposição, a esta grande rede de ‘portugalidade’ que temos por todo o mundo”, disse.

Repetindo a mensagem que já havia levado a empresários e luso-brasileiros com quem se encontrou em São Paulo na última sexta-feira, Passos Coelho mencionou o interesse crescente que sente da comunidade que vive no exterior em relação a Portugal.

“Tenho visto um grande interesse de pessoas que querem morar ou estudar em Portugal. Eu sei que politicamente as coisas podem não estar a correr tão bem no curto prazo, agora, mas por pior que o Governo venha a fazer, o país que nós temos hoje é muito diferente do que tínhamos no passado”, afirmou.

Além de exaltar a importância das comunidades portuguesas no discurso realizado no final do evento, Passos Coelho também falou brevemente sobre os problemas econômicos do Brasil e de Portugal.

Para o presidente do PSD, o descontrolo dos gastos públicos foi um fator comum que desencadeou a recessão em ambos os países e, seguindo esta linha de raciocínio, salientou a importância das lideranças políticas no processo de recuperação econômica.

“A dívida brasileira está a aumentar como aconteceu em Portugal e quando for conhecida a real dimensão desta dívida sobrará menos espaço para se cometerem erros. É fundamental que exista uma liderança política que dê confiança para os empresários daqui voltarem a investir, e para aqueles que estão noutro lugar também voltarem a olhar para o Brasil”, declarou.

Ao referir a situação econômica de Portugal, porém, o presidente do PSD usou um tom crítico, afirmando que “a guinada política que o novo Governo fez deixou todos os investidores parados na expectativa de saber o que vai acontecer”.

“Isto preocupa-me. Sem promover investimentos temos mais dificuldade para ver a economia crescer”, disse.

Passos Coelho viajou para o Brasil no final da semana passada, acompanhado pelo secretário-geral do PSD, Matos Rosa, e pelos dois deputados sociais-democratas eleitos pelo círculo fora da Europa, José Cesário e Carlos Páscoa.

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