Gaúchos e portugueses marcam os 92 anos da Casa do Minho no Rio

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Por Igor Lopes

A Casa do Minho do Rio de Janeiro celebrou, na noite do último dia 31 de março, 92 anos de fundação com um evento recheado de boa gastronomia, amigos e folclore. O evento ficou marcado pela presença de autoridades e de membros da comunidade portuguesa local, que puderam presenciar a homenagem da instituição ao presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, José Maria Costa, convidado de honra.

Embora a Casa do Minho seja conhecida por valorizar a cultura nacional portuguesa, com a realização de festividades como a famosa “Quinta de Santoinho”, e por contar com três ranchos folclóricos portugueses (Veteranos, Maria da Fonte e Juvenil Benjamim Pires), um dos destaques da noite foi a apresentação do grupo folclórico Gaúcho, outra vertente cultural explorada pela entidade, cujo objetivo é dar a conhecer as tradições do Sul do Brasil em plena cidade maravilhosa. Houve espaço ainda para uma apresentação de piano e discursos das autoridades.

Durante o evento, o autarca de Viana do Castelo defendeu que a Casa do Minho deve lutar para manter vivas as tradições e culturas portuguesas.

“É uma emoção muito forte estar aqui. Senti-me verdadeiramente em casa no Rio de Janeiro. E gostei muito. Faço essas visitas por toda a nossa comunidade que está espalhada um pouco por todo o mundo. Estas casas são verdadeiras agências de promoção da cultura portuguesa. Temos um enorme respeito pelo trabalho que é feito. Acho que Portugal deve muito a todas essas casas e a todos os grupos folclóricos, por que são eles que, com muitas dificuldades e sem grandes apoios, divulgam a nossa identidade e forma de ser. Por isso, estou aqui hoje com muito gosto e virei sempre que for convidado, pois é nosso dever estarmos juntos aqui”, comenta José Costa, que faz um apelo à diretoria da Casa do Minho: “Nunca percam essa energia e essa vivacidade. Precisamos que continuem a ser o farol vivo da nossa cultura”.

Emocionado, Agostinho dos Santos, presidente da casa regional carioca, revelou que a “saúde financeira da instituição está boa” e que é o seu desejo “fazer de tudo para que ela chegue aos 100 anos de existência”.

“O segredo dessa longevidade da Casa é trabalho, dedicação e amor à causa. Se não houver isso, não funciona”, defende Agostinho dos Santos.

Medalha Pedro Ernesto

E as celebrações minhotas no Rio não pararam por aí. No dia seguinte, José Costa recebeu das mãos do vereador Paulo Pinheiro a medalha Pedro Ernesto, em uma cerimônia, à noite, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O evento contou com apresentação do coral da Câmara do Rio e com a presença dos três ranchos folclóricos da Casa do Minho, além do cônsul-geral de Portugal no Rio, Nuno Bello, e do desembargador Roberto Wider.

“Foi uma grande surpresa quando tomei conhecimento da homenagem, mas não sou eu, enquanto pessoa, quem sou merecedor dessa distinção. Vou dedicá-la a todos os grupos folclóricos de Viana do Castelo, pois é o trabalho e o exemplo deles que fazem vibrar a nossa cultura”, afirmou José Costa.

Para o vereador luso-descendente Paulo Pinheiro, responsável pela entrega da medalha, é fundamental estreitar as relações entre os dois países.

“Tenho procurado manter uma relação mais estreita com Portugal, através de geminações com cidades portuguesas. Então, resolvemos homenagear, em nome do seu presidente de Câmara, a cidade de Viana do Castelo, que é importante e pensamos, em um futuro próximo, e se houver interesse dessa cidade portuguesa, fazer também uma geminação com a cidade do Rio. A Casa do Minho é uma das casas que tem se mantido vibrante nas suas atividades como elo entre Brasil e Portugal, representando uma região específica. Esperamos que se mantenha assim”, avalia Paulo Pinheiro, que recorda que a medalha Pedro Ernesto é a comenda de maior expressividade do Rio.

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