“Foi o Brasil que me abriu as portas para o mundo”, diz fadista Pedro Vilar no ABC

Por Vanessa Sene
Mundo Lusíada

Ricardo Araújo,Iara Freitas, Pedro Vilar, Paulo Freitas e Renato Araújo.

O fadista Pedro Vilar esteve no Brasil, com patrocínio da Numatur Turismo e Banco Banif, para participação nas comemorações do Dia da Comunidade Luso-Brasileira, na capital paulista. “Eu fui escolhido para ser o representante dos cantores portugueses, e o Renato e Ricardo Araújo também, para prestar este espetáculo. São na verdade duas comemorações em uma: a descoberta do Brasil, que é importante para nós portugueses também e muito mais para os brasileiros, e também a elevação do Fado a patrimônio que foi uma notícia maravilhosa”.

Pedro Vilar declarou que nos anos 70 fez sucesso no Brasil e não se esquece desta época, em que viveu no país por sete anos. “Fui acolhido pelo público brasileiro de maneira tão carinhosa, que mesmo que não queira vir – a viagem é muito longa – mas eu não resisto. Eu tenho um carinho muito grande. O Brasil me acolheu e me deu oportunidades que me abriu as portas para o mundo. Não foi Portugal que me abriu as portas para o mundo, foi o Brasil” diz ele sempre agradecido, depois do tremendo sucesso que fez a canção “Canto a Portugal” (versão do tema Un Canto A Galicia).

Pela terceira vez, o fadista participou do evento na Casa de Portugal do ABC, iniciando as comemorações deste ano. Com a presença de cerca de 150 pessoas, a Taberna Minhota da casa esteve recheada para a noite especial, que serviu bacalhau cozido com batatas e acompanhamentos.

Para o repertório da noite, Pedro Vilar trouxe muitas canções conhecidas para “as pessoas cantarem” mas também algumas novidades do último disco lançado pelo cantor e compositor no ano passado. “São coisas que não cheguei cá a cantar, vou cantar poemas de minha autoria também e escolhi a Casa de Portugal do ABC para estrear este poema que se chama Desencontros” diz ele elogiando mais uma vez os guitarristas que o acompanham nestas apresentações, o Trio Ricardo Araújo.

O fadista mencionou que seguido da apresentação na Casa de Portugal do ABC, a mais importante apresentação será na Casa de Portugal de São Paulo, com patrocínio do Banco Banif. “Vamos comemorar a Descoberta do Brasil, deram-me esse encargo. A colônia portuguesa também vai comemorar a elevação do Fado a Patrimônio Imaterial da Humanidade. Será um espetáculo muito bonito, com os músicos Ricardo e Renato Araújo também”.

Para ele, a comemoração da elevação do fado faz este ritmo português ser maior do que já é, ser de todo o mundo. “Fado ser Patrimônio Imaterial da Humanidade acarreta um tipo de responsabilidade. O Fado deixa só de ser português e passa a ser uma canção do mundo. Como tal minha ideia como interprete, mesmo que não vá ao encontro de muitos conservadores, quero incluir nos meus espetáculos uma grande cantora, Maysa Matarazzo, se ela fosse viva eu a convidaria a cantar um fado porque ela é uma fadista 100%”.

Pedro Vilar conta com uma agenda recheada e tem feito muitos shows nas comunidades na diáspora, para além de Portugal. “Atualmente já estou escolhendo muito, a idade já não permite” diz ele em meio aos risos, que ultimamente só se apresentaem auditórios. Guardae Castelo Branco são alguns dos lugares em Portugal onde sempre está, e aposta agora em mais uma novidade: voltar para as casas de fado em Portugal.

“Vou voltar uma vez por semana, estou com saudades. Ainda não acertei, há uma casa junto ao Bairro Alto que me quer, isto é queria que eu fosse pelo menos um dia por semana, e não faço mais do que um dia por semana, já é cansativo” brinca.

Ele fica no Brasil até dia 30, e depois segue para a Turquia, como em todos os destinos, para cantar e descansar. “Se aproveita e canta-se também, eu junto sempre o útil ao agradável. Eu não venho ao Brasil só para fazer espetáculos, o motivo maior ao vir ao Brasil, a não ser pelos espetáculos, é rever os grandes amigos e este público que sempre me acolheu”. Ainda citou Teresa Morgado como responsável pela sua vinda. “Ela é que fala, ela que trata, é minha grande amiga”.

Ao ser perguntado se o cantor será sempre agradecido ao Brasil pela sua carreira, ele responde prontamente: “Sempre. Até o final da vida”.

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