Festa da Vindima lota Centro Cultural Português de Santos

Por Odair Sene

Vindima_VerdeGaio

O Centro Cultural Português de Santos, entidade presidida por José Duarte, realizou no sábado, dia 23 de fevereiro, através de seu Rancho Folclórico Verde Gaio, a primeira festa do ano, a tradicional Festa da Vindima, evento que lotou o salão de festas da sede social do Centro Cultural, localizado na Av. Ana Costa.

Com convites ao preço de R$ 50,00 o convidado teve como cardápio, frango, carnes, linguiça, arroz à grega e farofa (servidos à mesa), bolinhos de bacalhau, salpicão, chouriços, e postas de bacalhau à parte, além de um cesto de uvas que foi um atrativo a mais oferecido a cada convidado.

No palco, além da animação indispensável da tocata, antes e depois do rancho (e neste caso durante a Vindima), a apresentação efusivamente aplaudida foi do Rancho Folclórico Verde Gaio, pertencente à casa e dirigido pela diretora Ana Maria Gonzalez, que apresentou os componentes com trajes de trabalho da região do Alto Minho, Viana do Castelo, e com modas de várias regiões de Portugal: Aveiro, Algarve, Minho, Ribatejo e Gondomar.

Em seguida o público pôde acompanhar a colheitas das uvas, feita pelos componentes com participação do público e diretores a partir da parreira montada à frente do palco e ao som da tocata, todos foram colhendo os cachos transformando o ambiente ainda mais festivo e alegre.

Durante a colheita, um grupo de componentes estendeu a toalha ao chão para o tradicional “farnel” (palavra que em Portugal se aplica à refeição armazenada para se fazer um lanche em meio ao expediente de trabalho). Mais usualmente como um típico lanche feito após, ou durante o trabalho árduo da lavoura, geralmente trazido pelas esposas, filhos ou um parente de casa até o campo de trabalho para os camponeses.

A tradição da Vindima

O fim do verão e início do outono é a época das colheitas, e em Portugal abre-se a época das vindimas: as uvas estão prontas para serem colhidas das videiras, num trabalho realizado em ambiente de festa e convívio, para depois produzir o vinho do ano. Uma tradição portuguesa que, apesar de modernizada em alguns aspetos, ainda é o hoje o que era a dezenas de anos.

Apesar das várias técnicas introduzidas pelos enólogos de hoje, continua a ser perfeitamente possível determinar a melhor altura para se vindimar através de um simples e tradicional método popular: quando os pés das uvas estiverem murchos e as peles dos bagos começarem a contrair.

Antigamente a colheita mais parecia uma celebração. Familiares e amigos reuniam-se no dia designado para as vindimas (cada um combinando datas diferentes para que o grupo pudesse ajudar nas vindimas uns dos outros) e o trabalho começava bem cedo com os homens carregando escadas de madeira às costas para se chegar a todos os cachos e as mulheres com os cestos de vime, onde seriam transportadas as uvas, na cabeça.

Isso tudo ao som dos ranchos folclóricos que seguiam para as terras em ritmo de cortejo. Os trajes típicos emprestavam ainda mais cor ao cenário das videiras pesadas com deliciosas uvas e ao chilrear dos pássaros juntavam-se as músicas tradicionais das vindimas, acompanhadas pelos bombos, concertinas, ferrinhos e braguesas.

Embora seja uma atividade típica do norte de Portugal (região do Douro), a verdade é que as vindimas também se realizam em várias outras regiões do país, inclusive em arquipélagos. As diferentes regiões (Beiras, Litoral, Alentejo, Madeira) contribuem assim para o cultivo de castas distintas de vinhos de qualidade com o selo português.

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