Entidade mais antiga de São Paulo faz 90 anos

Clube Português promoveu mesa-redonda sobre Fernando Pessoa, lançamento de livro sobre a história do clube, e jantar de aniversário no dia em que Amália Rodrigues completaria 90 anos.

Por Vanessa Sene Mundo Lusíada

Fotos Mundo Lusíada

>> Homenageados – Grupo Folclórico Veteranos de São Paulo; Artur Belarmino Garrido; José Cirilo de Sousa Salgueiro; José de Oliveira Magalhães; José Francisco Souza, Joaquim Justo dos Santos; João Alves das Neves; Manuel Dias Pinheiro; Paulo Manuel dos Santos Almeida; Raul Lopes Balazeiro; Teodoro Martinho Moreno; Sra. Linda Costa; a responsável pela Biblioteca do Clube, Agueda de Aguiar. Receberam homenagem ainda o presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira, Antonio de Almeida e Silva; e presidente da Casa de Portugal SP, Dr. Julio Rodrigues.

O Clube Português de São Paulo promoveu o seu 90º aniversário de fundação, com iniciativas que reuniram diversos integrantes da comunidade portuguesa e público em geral. As comemorações iniciaram dia 20 de julho, com a mesa-redonda “As Idéias Políticas de Fernando Pessoa”, sucesso de público. Na sexta, dia 23, a data foi comemorada com um jantar nas dependências do clube e divulgação do livro sobre os 90 anos de história.

Comentando sobre o comando da entidade lusa mais antiga de São Paulo, o presidente Dr. Rui Fernão Mota e Costa falou sobre o trabalho de continuidade. “A nós, nos enche de orgulho presidir o Clube Português enquanto ele faz 90 anos, é saber que estamos dando continuidade a tantas coisas que foram feitas desde o dia da sua fundação. Ficaríamos tristes se tivéssemos fracassado quando iniciamos a sua gestão, e hoje não pudéssemos falar com sinceridade e recebermos o carinho e elogio das pessoas”. Segundo o atual presidente, este é o resultado do trabalho de toda diretoria. “São 90 anos, e não é qualquer entidade que faz. É toda a nossa diretoria, aqui todos nós trabalhamos, somos voluntários e o que queremos é a glória do Clube Português”. O jantar de aniversário foi iniciado no hall do Clube Português com a entrega de uma placa pela Câmara Municipal de São Paulo, na pessoa do vereador Toninho Paiva, em homenagem ao clube.

Dr. Rui Fernão entregou uma série de diplomas oferecidos em conjunto pelo Clube e Câmara Municipal à ex-presidentes, diretores e colaboradores, finalizando com uma homenagem paralela ao presidente da Casa de Portugal São Paulo, Dr. Julio Rodrigues, com a entrega de uma placa, parabenizando-o, ainda, pela gestão a frente do Banco Banif no Brasil. A primeira-dama do Centro Trasmontano de São Paulo, Bernadete Moredo, também recebeu uma singela homenagem por estar aniversariando nesta mesma noite. O vereador Toninho Paiva também foi homenageado com a medalha Luis de Camões, instituída pelo clube.

O presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira (CCLB), Antonio de Almeida e Silva, citou o Clube Português, em seu discurso, como uma referência da comunidade luso-brasileira e um dos traços da colonização portuguesa no Brasil. Parabenizou a atual gestão comandada por Rui Fernão, que vem modernizando a casa, sendo resultado do trabalho de homens que “souberam divulgar Portugal neste país de acolhimento” afirmou. Almeida e Silva também recebeu homenagem do clube, após seu pronunciamento.

Por outro lado, o Conselho prestou sua homenagem ao Clube Português, entregando ao presidente uma placa comemorativa. O Instituto Cultural da Fraternidade Universal também prestou sua homenagem ao presidente do clube aniversariante. “Toda homenagem é importante. Aqui não sou eu o homenageado e sim o Clube Português. Eu só posso agradecer, tenho certeza que é de coração” afirmou.

Estiveram presentes diversas personalidades, como o presidente da Provedoria da Comunidade Portuguesa, Fernando Ramalho, o presidente do Centro Trasmontano de São Paulo, Dr. Fernando Moredo, o presidente do Arouca São Paulo Clube, Artur Andrade Pinto, os deputados Fernando Capez, Bruno Covas e Arnaldo Madeira, entre outros.

“Era a festa que eu queria oferecer aos meus amigos e às pessoas que gostam do Clube Português. As que não gostam, que passem do outro lado da rua”, afirmou o presidente. “Estou extasiado, não tenho palavras para externar a minha satisfação por toda essa plêiade de pessoas que aqui estão, fico muito feliz”.

Após a solenidade, seguida de jantar, o evento contou com apresentação animada da fadista Gloria de Lourdes e guitarristas. Atual Gestão é referência Para o presidente do CCLB, Antonio de Almeida e Silva, essa atual gestão do Clube Português tem trabalhado bem numa das entidades referência em São Paulo. “Apesar de tudo o que andou se falando recentemente, cada um pensa o que quer e eu respeito, o clube tem resgatado uma série de coisas. Eu fui chamado pelo Rui que mostrou tudo o que o clube é, tem e pretende fazer, e vi uma instituição sanada, com dinheiro em caixa, com projetos e sobretudo com vigor para manter tudo o que conquistou até hoje” defendeu. “A atual gestão está fazendo um trabalho de manutenção e só tenho a elogiar”.

Um dos homenageados da noite, o presidente da Casa de Portugal e presidente do Banif Brasil, Dr. Julio Rodrigues, também elogiou o trabalho da atual gestão. “O clube passou por momentos muito difíceis nos últimos 20 anos, mas hoje encontrou um destino, está nas mãos de um bom timoneiro, Rui Mota e Costa é um grande presidente, saneou o clube. Obviamente ficam muitas controvérsias, mas acho que o clube está em boas mãos”.

Dr. Julio Rodrigues parabenizou a entidade pela festa, agradecido pela homenagem que recebeu, e citou ainda a atual fase das entidades luso-brasileiras no geral. “Não somos mais o clube pujante que fomos na década de 70, porque não temos mais os imigrantes como haviam. A faixa etária das nossas festas já é elevada, mas os jovens vão vindo aos poucos. As pessoas vão voltar aos clubes portugueses, os clubes vão deixar essa marca indelével de amizade, cooperação, respeito e de fazer bem à sociedade, representando bem a nossa cultura” afirmou, defendendo ainda que este é um trabalho por “militância”. “Afinal de contas, gostamos muito disso, não fazemos por dever, fazemos por militância, porque amamos as coisas portuguesas”.

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