Comunidade promove ato cívico no Ibirapuera para comemorar o 22 de Abril

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Por Odair Sene

Na manhã de 17 de Abril, a comunidade portuguesa de São Paulo se reuniu em mais um ano para o tradicional Ato Cívico, promovido pelo Conselho da Comunidade Luso-Brasileira de São Paulo, no Parque do Ibirapuera, em frente ao Monumento Pedro Álvares Cabral.
O evento é alusivo a data 22 de abril, Dia da Comunidade Luso-Brasileira e Descobrimento do Brasil, este ano contou como oradora oficial a Professora Dra. Vera Lucia Amaral Ferlini, presidente do departamento de História da USP.
A solenidade, que normalmente chama a atenção do público que frequenta o Parque Ibirapuera, foi aberta pelo presidente do Conselho da Comunidade, Dr. Antonio Almeida e Silva, contando com o protocolo do Antonio Marcos Pereira. Também usou da palavra, saudando os convidados presentes, o vereador Toninho Paiva, e o adido social do consulado português de São Paulo, Gonçalo Capitão.
Após a participação da oradora nesta manhã, o Dr. Antonio Almeida e Silva entregou uma placa em agradecimento a sua participação. Ao Mundo Lusíada, Almeida e Silva falou sobre mais um ano em comemoração a data. “Deu tudo certo, estávamos apreensivos com essas manifestações de hoje, mas todos entenderam que a nossa manifestação era específica, um ato anual, nós realizamos uma sessão solene na Câmara das melhores de todos os anos, com a presença do Secretário de Estado das Comunidades, cumprimos ali uma missão, e hoje este ato cívico que é histórico, costumeiro e necessário, também foi um sucesso. No balanço de tudo, estou muito feliz e agradeço a participação da comunidade”, referiu o responsável pelo Conselho.
Em todos os anos também participam os porta-bandeiras dos Grupos Folclóricos de São Paulo, representando suas regiões e entidades, estiveram presentes nesta manhã os grupos da Casa dos Açores, da Casa de Portugal de São Paulo, da Portuguesa de Desportos, do Aldeias da Nossa Terra, do Arouca São Paulo Clube, e da Região Etnográfica da Madeira da Casa Ilha da Madeira de SP. Brindando o público presente, incluindo os brasileiros frequentadores do parque neste domingo, o ato cívico foi encerrado com uma apresentação folclórica do Grupo Folclórico da Portuguesa de Desportos, dançando o seu folclore de norte a sul de Portugal.

História – A historiadora Vera Lucia Amaral, professora da USP especializada em Portugal e Espanha e oradora desta manhã, disse que tinha que passar pela história para marcar a data. “O que mais chama a atenção quando analisamos os séculos 15 e 16 é exatamente o que teria trazido este homem da península ibérica ao novo mundo, especialmente os portugueses, frente àquilo que representava o desconhecido. Acho que essa ousadia portuguesa é a manifestação portuguesa do renascimento, da valorização do homem, de construir novas coisas, da materialidade misturado à religiosidade. A partir daí, entrando um pouco na diáspora portuguesa, no final do século 19, uma grande diáspora que se equipara à dos italianos quando somado o século todo, e pensar no que eles se tornaram, uma formação mais contemporânea da nossa comunidade”.
Durante o seu discurso, a Dra. Vera ainda citou fatos que marcaram sua vida, desde seu pai português que lhe deu o primeiro livro de história: “História do Brasil para crianças”, além de ver uma parte da Carta de Pero Vaz de Caminha, um momento decisivo em sua vida. “Me tornei historiadora, professora de história, principalmente Portugal e Brasil” conta. Os trabalhos ao longo dos anos culminaram na inauguração da Cátedra Jaime Cortesão da USP, hoje dirigida por ela.
Logo_Galeria-de-ImagensSobre o evento em que participou pela primeira vez, a historiadora defendeu que poderia ser mais divulgado. “Mas acho importante isso, essa manutenção das raízes desse diálogo dessa comunidade e que às vezes se perde pela nossa identidade de língua, costume e miscigenação que em São Paulo é maior, somos portugueses mas ao mesmo tempo somos misturados com italianos, japoneses e todo o mundo” finalizou ela que é filha de pai natural de Abrunhosa-a-Velha, freguesia de Mangualde em Viseu.

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