Por Vanessa Sene
Na noite de 17 de maio, o Clube Português de São Paulo abriu suas portas para um jantar beneficente em prol da Provedoria da Comunidade Portuguesa de São Paulo. Em parceria com o Buffet Morenos, o clube recebeu diversos representantes da comunidade portuguesa, e órgãos públicos para o evento que arrecadou, em edições passadas, 50 mil reais em doação ao Lar dos Idosos da Provedoria, mantido pela própria comunidade.
Fernando Ramalho, presidente da Provedoria, afirmou que a atual gestão do Clube Português surpreendeu toda a comunidade. “O Clube Português estava adormecido, embora seja uma instituição das mais antigas de São Paulo, e com a gestão do Rui Mota e Costa ele reviveu. É um clube ativo e eu fiquei feliz com a iniciativa dele de querer imitar o Buffet Torres que todo ano proporciona um jantar dançante em prol da Provedoria. E já pelo terceiro ano consecutivo, promove esse jantar beneficente e que está tendo muita receptividade” diz Ramalho.
Para manter a Provedoria é necessário cerca de 25 mil reais por mês, segundo seu presidente. “A ajuda do governo português nós usávamos para sustentar o Centro de Apoio para Portugueses Carenciados, mas não vem já há três anos. Antes estava vindo 20 mil Euros, mas devido as dificuldades do governo português, não está vindo mais” diz o presidente que ainda mantém o Centro de Apoio, paralelo ao Lar dos Idosos, com uma equipe reduzida. “Quando acontece um caso mais complicado, o Consulado não tem gente para resolver, então mandam para nós resolvermos. Eu sei que tecnicamente é um serviço do Consulado mas eles não tem gente, não vamos deixar essa gente aflita” diz ele que utiliza as doações da comunidade para manter os dois locais.
Atualmente, o Centro de Apoio atende cerca de 200 pessoas por mês, com auxilio para compra de remédios, informações diversas e retirada de documentos. Já o Lar dos Idosos tem um gasto mensal muito maior, com médicos, medicação e refeições diárias.
Ao Mundo Lusíada, o presidente do Clube Português, Rui Mota e Costa, disse que esse evento faz parte das boas iniciativas dessa gestão, dentre outras. “Esse é mais um evento que dou importância total porque ele é beneficente, vai ajudar gente que precisa. Vendo a casa cheia, trabalhamos muito para ter aqui bastante gente, e queremos que tenha o melhor resultado possível. Estou esperançoso que hoje vai superar as edições anteriores. Ajudar é a melhor coisa do mundo”.
Citou que apesar do trabalho incessante em cada evento, essa parceria deu certo para o Clube Português. “Nada se cria, tudo se copia. Não quero fazer melhor do que ninguém, eu quero fazer também o jantar beneficente. Chamei meus parceiros do Buffet, e eles aceitaram. Vou fazer igual, e felizmente está dando certo” diz.
Durante o jantar, foi apresentado um vídeo sobre a Provedoria da Comunidade, trazendo imagens e divulgando o trabalho realizado em sua sede. O intuito do clube é não só ajudar como mostrar aos convidados o que eles estão ajudando a manter.
Além do coquetel requintado, foi servido um jantar completo, seguido da apresentação musical do cantor moçambicano Guilherme Silva.
Subsídio
O cônsul de Portugal em São Paulo, Paulo Lopes Lourenço, afirmou ao Mundo Lusíada que o governo português vai continuar contribuindo com um subsídio anual para a Provedoria.
“Eu já tive oportunidade de confirmar junto ao nosso Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas que durante este ano será dado o subsídio. A Provedoria Portuguesa de SP é demasiada importante, quer no acolhimento de idosos, quer no Centro de Apoio a Portugueses Carenciados, para que o governo português, mesmo em circunstâncias muito difíceis, possa deixar de apoiar esta importante instituição” diz o cônsul confirmando que o subsídio vai ser dado este ano.
“Não quer dizer que não possamos continuar a procurar outras soluções criativas para financiar a Provedoria, porque questões orçamentárias em Portugal são complicadas, e minha presença aqui e encorajamento que tenho dado à nova comunidade portuguesa em São Paulo, é também uma forma de eu ajudar a reforçar esse apoio à Provedoria” diz o cônsul sem confirmar o valor, mas afirmando ser razoável tendo em conta a atual situação do governo português.