Civilidade e patriotismo marcam o 10 de Junho no Centro Cultural Português de Santos

Matéria do Mundo Lusíada foi referida na palestra do orador Antonio de Almeida e Silva.

Por Odair Sene
Mundo Lusíada

A mesa foi composta por José Duarte de Almeida Alves (presidente da casa), Armênio Mendes (cônsul honorário de Portugal), Manoel Constantino dos Santos (presidente da Câmara Municipal de Santos), Manoel Pantalla Montoto (cônsul de Espanha em Santos), a professora Clotilde Paul, Antonio de Oliveira Lopes (do Conselho da Comunidade Portuguesa) e o orador da noite Dr. Antonio de Almeida e Silva.

O Dia de Portugal foi marcado com uma solenidade realizada exatamente na noite de 10 de Junho, domingo, nas dependências do belíssimo salão principal do Centro Cultural Português de Santos, que esteve lotado, em evento realizado conjuntamente entre a entidade e o Consulado de Portugal em Santos.

O presidente do Centro Cultural e o Cônsul honorário Armênio Mendes foram os anfitriões da noite marcada pelo cunho cívico e pela sempre elogiada oratória do advogado Dr. Antonio de Almeida e Silva, também presidente do Conselho da Comunidade Luso Brasileira do Estado de São Paulo.

Após as execuções dos hinos de Portugal e Brasil, o orador Almeida e Silva fez seu discurso no qual enalteceu a figura de Luiz Vaz de Camões como sendo um valor de extrema importância e representatividade para todos os portugueses. Depois o orador lembrou uma recente matéria publicada no Mundo Lusíada, na qual Armênio Mendes denunciou o sistema tributário do país, que penaliza os portugueses residentes fora em detrimento aos residentes em Portugal.

Armênio Mendes chegou a cancelar investimentos por conta dessa política qualificada como “discriminatória”. Antonio de Almeida disse que “o emigrante não pode ser tratado pelo governo como mera fonte de remessas de recursos”. Ao Mundo Lusíada, o orador justificou o comentário dizendo que o Dia de Portugal é “perfeito” para o cidadão pleitear e desejar que se tenha um só tipo de português, sem diferenciações.

“Eu falei desse assunto porque entendo que ele levantou este tema com coragem na matéria publicada pelo Mundo Lusíada. Matéria que para mim foi extremamente reveladora de que há um tratamento diferenciado e isso não pode acontecer. Nesse Dia de Portugal, esse fato teria que ser dito porque nós somos um só povo, tem que haver o mesmo tratamento.”

Segundo o advogado, a Constituição portuguesa, assim como a brasileira, determina o princípio da isonomia, ou seja, igualdade de tratamento. “Eu entendo que o exemplo exposto na matéria mostra uma discriminação e, portanto, é ilegal”, conferiu.

Sobre essa política de tributação, Armênio Mendes comentou que, para ele, o governo se esquece que tem muitos portugueses fora do território nacional. “Mas nós temos sangue nas veias, amamos a nossa pátria, a nossa bandeira, mais do que aqueles que nunca saíram de lá. Agora é o momento de provar isso. E quanto aos absurdos, as aberrações que praticaram conosco, precisam ser citados sim, mas nós não podemos nos esquecer que amamos a nossa pátria, acima de tudo nosso Portugal”.

Na condição de anfitrião e Cônsul honorário, Armênio Mendes também falou aos convidados no sentido de enaltecer a imagem de Portugal. Sobre o português que saiu pelo mundo, ele os classificou em três tipos: “aqueles que construíram nossa história, aqueles que saíram descobrindo e ampliando o território português e os que saíram depois para ocupar esses territórios e ali fincaram bandeira e deram prosseguimento às obras dos descobridores. Temos ainda aqueles que ficaram administrando Portugal, então eu acho que o conjunto desses esforços dos portugueses, tanto de antes quanto de agora, é que poderá fazer a diferença, porque Portugal nunca precisou tanto dos portugueses como está precisando agora. Então como cônsul honorário e como português, acho que o momento é pra gente solicitar a todos, tanto aos que vivem em Portugal, como aos que vivem fora, para que todos sejamos generosos com Portugal, não nos esqueçamos que amamos a nossa pátria”, disse.

À reportagem o cônsul falou que sua satisfação com essa noite foi muito grande, porém, no fundo, comentou que o fato de ser português, isso sim é marcante. “Representar o governo português também é marcante, mas é nossa pátria, nossa bandeira, nossa comunidade, isso que estamos festejando hoje”, referiu.

O presidente José Duarte também falou aos convidados basicamente em agradecimento pela presença de todos. Em especial pela participação do orador Antonio de Almeida e Silva, seu convidado. Na sequência José Duarte deu como encerrada a solenidade e anunciou o coquetel de confraternização.

 

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