Centro Português de Santos comemora seu último aniversário

Entidade completa 113 anos e comemora fusão com União Portuguesa. Jantar dançante teve homenagem para diretor presidente da Tribuna de Santos.

Por Odair SeneDo Jornal Mundo Lusíada

 

Mundo Lusíada

>> Diretores e ex-presidentes do Centro Português durante o "parabéns".

 

Na noite de 06 de dezembro, foram comemorados os 113 anos do Centro Português de Santos e último aniversário de uma das mais antigas entidades luso-brasileiras, na Baixada Santista. Um jantar marcou a data que será para sempre lembrada como a última comemoração de fundação do Centro Português, antes da sua fusão com a Sociedade União Portuguesa. A partir de 2009, as duas entidades unificadas passarão a comemorar o nascimento do agora “Centro Cultural Português”.

O presidente da entidade, Alberto Barreiros, abriu o evento agradecendo pela presença dos convidados e pedindo um minuto de silêncio para uma mensagem do “grande amigo” Armênio Mendes, que segundo ele sempre foi um “pilar de sustentação no Centro Português”. Por motivo de saúde, Armênio Mendes não pôde estar presente ao evento, mas fez questão de gravar uma mensagem felicitando todos os diretores pela data histórica.

“Espero que vocês estejam aproveitando esta que é a última festa do Centro Português, nós estamos encerrando esse ciclo para podermos começar um novo ciclo, que é a fusão do Centro Português e Sociedade União Portuguesa, então aproveitem bastante”, disse em sua mensagem o empresário e presidente do Conselho Deliberativo da casa.

“Coube a nós tomarmos essa decisão para que possamos preparar as nossas entidades para que elas tenham mais tantos e tantos anos, quantos já fizeram até hoje, e motivar nossos filhos para dar a continuidade que elas precisam”, completou Armênio Mendes, pedindo compreensão à todos pela sua ausência e ao mesmo tempo informando que se encontra em bom estado de saúde. “São palavras de quem gosta das coisas portuguesas e que luta sempre pelo melhor em favor da colônia”, elogiou o presidente Alberto Barreiros.

Na seqüência do seu discurso, o presidente da entidade abordou a história, desde 1940, quando o Real Centro Português passou a se chamar Centro Português de Santos. Agora a casa passará a Centro Cultural Português, em mais um capítulo da história da entidade e das associações lusas da região. “Eu passei aqui quase seis anos. Este ano estou terminando uma gestão longa, cheia de problemas, sacrifícios, alegrias, críticas construtivas e destrutivas. Mas isso faz parte porque se quisermos que todo mundo fale críticas construtivas não vale a pena porque passamos a ser insignificantes, temos que ter críticas destrutivas para podermos reagir e fazer o máximo que podemos fazer”, continuou.

Barreiros citou ainda outros diretores da casa, vários ex-presidentes estiveram presentes ao evento. “Trabalhei muito porque gosto dessa casa, assim como os ex-presidentes gostaram, aqueles que estão aqui e alguns que não estão, trabalharam tanto ou mais do que eu. Espero que daqui para frente venham outros com a mesma vontade de trabalhar, se dedicar às coisas e ao patrimônio dos portugueses. Não podemos jamais deixar de cuidar e de preservar essa história que nosso povo nos deixou, isso aqui é com certeza uma casa portuguesa. E não só uma casa portuguesa, é um marco histórico para a cidade de Santos”, disse referindo-se à entidade. Comando do último aniversárioAo Mundo Lusíada, o presidente Alberto Tavares Barreiros falou sobre estar no comando do último aniversário do Centro Português de Santos. “A história da entidade é uma história bonita, primeiro porque é um monumento histórico deixado pelos portugueses, e eu como presidente durantes esses anos que fiquei aqui, vi que é difícil de administrar porque são hoje muitas associações, os portugueses diminuindo, a receita é pequena, então para mantemos as portas abertas de uma instituição dessa tem que trabalhar muito e há um desgaste. Mas quando se faz as coisas com carinho e com vontade, vem a recompensa. Eu me sinto muito feliz porque sou o presidente que vou terminar a história do Centro, e isso para mim é muito importante. Vai vir uma outra associação e vai formar o Centro Cultural Português, e estarei sempre à disposição para trabalhar e fazer o que for possível”, disse o presidente citando ainda que apesar do esforço em manter viva a cultura portuguesa, as criticas sempre existem. “Hoje, completar os festejos de 113 anos, eu me sinto aliviado, com a consciência tranqüila de que eu fiz o melhor para o clube”, referiu.

O jantar de aniversário seria comemorado em 29 de novembro. Por um problema de agenda do Armênio Mendes, o presidente Barreiros decidiu adiar para dezembro, mas apesar disso, não foi possível contar com a presença do presidente do Conselho. Alberto Barreiros então solicitou uma mensagem por escrito do “amigo”, mas Mendes decidiu gravá-la e encaminhar ainda no mesmo dia, e o presidente ficou emocionado com a atitude. “Uma situação dessa que dizemos ‘não há dinheiro que pague’, porque o Armênio, além de ser presidente do Conselho Deliberativo, foi um amigo pessoal que me deu força moral aqui dentro, porque críticas tiveram muitas. Então não é a ajuda monetária, existe uma amizade e uma confiança muito forte”.

O evento de aniversário contou com apresentação de uma banda, além de uma atração portuguesa. Após a homenagem, foi servido um jantar, com a qualidade do bacalhau garantida pelo Alberto de Pinho, do Aldeias Supermercado. Na seqüência, a fadista Ciça Marinho se apresentou acompanhada pelo Michael Moura e pelo Serginho. A festa contou com apoio dos bancos: Banif e Millennium, além da cooperação de Armênio Mendes. Ao final do evento, o presidente Alberto Tavares e Celeste Mendes, representando o presidente do Conselho, fizeram o corte do bolo de 113 anos do Centro Português, no momento dos parabéns.

 

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